O G-7 declarou esta quinta-feira, através de um comunicado, que não reconhecerá “as tentativas da Rússia de legitimar a ocupação” da Crimeia, revelando um clima de forte tensão com Moscovo.

Denunciamos inequivocamente a ocupação temporária da República Autónoma da Crimeia e da cidade de Sebastopol pela Rússia”, disseram os países do G-7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido + UE), quase sete anos após o início do conflito.

“Não reconhecemos e não reconheceremos as tentativas da Rússia de legitimar esta ocupação”, indicou a nota do G-7.

Sete anos após a anexação ilegítima e ilegal da República Autónoma da Crimeia e da cidade de Sebastopol pela Rússia, reafirmamos o nosso apoio e compromisso inabaláveis com a independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, insistiram os ministros dos Negócios Estrangeiros do G-7, bem como o Alto Representante da União Europeia.

“Ao usar a força contra a integridade territorial da Ucrânia, a Rússia violou abertamente o direito internacional e esses princípios”, acrescentaram.

Os signatários opõem-se “firmemente à continuação da desestabilização da Ucrânia pela Rússia e, em particular, às ações que esta última está a tomar em certas áreas das regiões de Donetsk e Lugansk, desafiando os compromissos que assumiu nos Acordos de Minsk”.

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“O advento da paz requer a plena implementação dos Acordos de Minsk. A Rússia é parte no conflito no leste da Ucrânia e não um mediador neste conflito”, referiu ainda a nota.

Esta declaração vai ao encontro do que disse o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no final de fevereiro: “Nunca” aceitaria a anexação da península da Crimeia pela Rússia.

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Este é um sinal da vontade do novo Governo norte-americano de se opor mais firmemente à Rússia.

Na quarta-feira, Biden descreveu o Presidente russo, Vladimir Putin, como um “assassino“, facto que irritou Moscovo.

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O conflito entre os combatentes apoiados pela Rússia e as tropas ucranianas custou mais de 13.000 vidas desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e as forças pró-russas rebelaram-se contra Kiev no leste da Ucrânia.

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