O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu esta terça-feira que os EUA “não obstaculizam a diplomacia” na ONU sobre o conflito israelito-palestiniano, mas não se comprometeu a apoiar uma declaração do Conselho de Segurança.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve reunir-se esta terça-feira, pela quarta vez, numa sessão de emergência, com Washington a resistir até agora a comprometer-se com uma declaração conjunta a pedir o “fim da violência“, apesar de críticas de países como a China.

Mesmo diplomatas de países aliados dos Estados Unidos têm lamentado a posição norte-americana, lembrando que o Presidente Joe Biden prometeu o regresso do seu país ao cenário multilateral após o afastamento dessa linha pelo seu antecessor Donald Trump.

Não obstaculizamos a diplomacia. Pelo contrário, investimos nela incessantemente“, respondeu Antony Blinken, durante uma visita à Islândia, após ser questionado sobre as críticas dos aliados.

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O chefe da diplomacia norte-americana insistiu que o seu governo continua empenhado numa diplomacia “muito intensa“, mas “discreta“, recordando os inúmeros apelos aos seus homólogos, durante os últimos dias.

Blinken também reiterou que “qualquer ato ou declaração” deve “promover o objetivo de acabar com a violência”, mais uma vez sugerindo que os projetos de declaração apresentados ao Conselho de Segurança não respondem a essa condição.

Se considerarmos alguma hipótese, incluindo nas Nações Unidas, que possa conduzir a esse objetivo, seremos a favor, mas por enquanto estamos focados nos intensos esforços diplomáticos”, acrescentou Blinken.

O secretário de Estado norte-americano lembrou que o Presidente Biden já manifestou, na segunda-feira, o seu apoio a um possível cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico palestiniano Hamas.

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Os confrontos entre as milícias palestinianas de Gaza e Israel prolongam-se há nove dias, sem que se verifiquem progressos no sentido de uma trégua. O conflito, considerado o mais grave desde 2014, já provocou a morte a mais de 200 pessoas na Faixa de Gaza e pelo menos 12 mortos em território israelita.

Os combates começaram em 10 de maio, após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.

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Ao lançamento maciço de rockets por grupos armados em Gaza em direção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza.

O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de maio de 1948.