Os construtores de automóveis desdobram-se em esforços (e enormes investimentos) para garantir que os seus modelos eléctricos são melhores do que os da concorrência, para cativar mais compradores. Mas se esta aposta não é novidade, levando os fabricantes a concentrarem-se nas baterias, na concepção de sistemas com menores consumos e em veículos mais eficientes, a verdade é que há construtores que vêem mais à frente e já estão a investir na próxima “moda”.

A General Motors (GM) revelou que os 27 mil milhões de dólares que tinha anunciado em Novembro de 2020, como a verba que estava preparada para investir na tecnologia ao serviço dos veículos eléctricos e autónomos, iria ser revista em alta. Apenas sete meses depois deste anúncio, o construtor norte-americano diz agora que está disposto a reforçar a verba anterior em 30%, preparando-se assim para investir 30 mil milhões de dólares, cerca de 25,1 mil milhões de euros.

A GM tem-se empenhado em incrementar a oferta de modelos eléctricos, especialmente agora que, com as promessas do Presidente Biden em incentivar a comercialização desta classe de veículos, todos antecipam um incremento das vendas. Daí que este construtor, o maior americano e um dos maiores do mundo, ofereça uma gama com automóveis a bateria e, muito em breve, até uma pick-up e um SUV com grande potência e autonomia (o Hummer).

Usufruindo dos ensinamentos recolhidos pela sua conterrânea Tesla, a GM está igualmente muito avançada para a produção de células de bateria próprias, de forma a construir os seus próprios acumuladores, maximizando o lucro, apesar de à custa de um investimento superior. E o gigante americano não quer ficar limitado às baterias, uma vez que também está a investir em células de combustível a hidrogénio, por acreditar que há veículos que serão mais competitivos se produzirem a bordo a energia de que precisam.

Mas a novidade é o destaque que a GM está a colocar na condução autónoma, consciente que, mais cedo ou mais tarde, será muito complexo circular dentro das grandes cidades, onde o trânsito está cada vez mais caótico. Isto vai acelerar as limitações à deslocação de veículos particulares, o que vai tornar fundamental a existência de carros que possam deixar os seus proprietários no local da reunião ou do almoço e, depois, seguirem sozinhos à procura de um local onde estacionar, para posteriormente voltarem atrás quando solicitados.

A condução autónoma será igualmente necessária para meios de transporte públicos, a funcionar como autocarros ou shuttles, similares aos que a GM está a desenvolver. Denominado Cruise Origin, este mini-autocarro não tem condutor (nem volante) e pode servir restaurantes, hotéis, todo o tipo de empresas e até famílias que não gostem de conduzir. Há muitos construtores a batalhar para conseguir o melhor eléctrico possível, mas tudo indica que o software para os veículos sem condutor será igualmente necessário e não necessariamente menos dispendioso.

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