O Hospital Garcia de Orta, que tem esta terça-feira 49 doentes internados com Covid-19, “teve de alocar a Unidade de Cirurgia de Ambulatório a cuidados intensivos”, devido ao número crescente de casos, disse à Lusa fonte do estabelecimento de Almada.

Esta é uma consequência do aumento de casos que se regista na região de Lisboa e Vale do Tejo desde finais de maio, embora o hospital mantenha capacidade de resposta e esteja longe do pico de ocupação verificado na terceira vaga da pandemia, em fevereiro.

Entre os internados com doença provocada pela infeção com SARS-CoV-2, há 37 em enfermaria, 11 em unidade de cuidados intensivos (UCI) e um em regime de hospitalização domiciliária, números que estão perto dos limites definidos atualmente, embora o hospital preveja adaptar-se em caso de necessidade.

Com 45 camas em enfermaria para doentes Covid-19, incluindo cinco de hospitalização domiciliária, o Hospital Garcia de Orta apresenta uma taxa de ocupação de 84% neste setor, enquanto as 14 camas disponíveis em UCI estão preenchidas a 78,6%, mas esta capacidade pode ser alargada.

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“O contexto de pandemia tem induzido a uma necessidade de organização de circuitos de prestação de cuidados que possa responder à procura de cuidados de saúde, situação que exige ao HGO [Hospital Garcia de Orta] uma capacidade de planeamento e de reorganização constantes, para responder às necessidades da população que serve, adaptando frequentemente a sua capacidade de internamento de doentes com diagnóstico covid-19”, disse à Lusa a mesma fonte.

No pior período da pandemia, em fevereiro deste ano, o hospital de Almada, no distrito de Setúbal, contabilizou 213 doentes em enfermaria, 31 doentes em UCI e 16 em regime domiciliário. Os números atuais são cerca de um quarto dos registados no pico de internamentos.

A mesma fonte indicou que a média de idades dos internados é de 60 anos e acrescentou que, até agora, não foi preciso transferir doentes com diagnóstico de Covid-19 para outras unidades hospitalares.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a contabilizar a maioria das infeções da quarta vaga, que se acentuou a partir do final de maio, registando hoje 1.141 novos casos de contágio com o novo coronavírus, cerca de 43% do total de novos casos.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou esta terça-feira nove mortos atribuídos à covid-19 e 2.650 novos casos de contágio pelo vírus SARS-CoV-2, mais 868 do que na segunda-feira.

O número de infeções acumulado em Portugal atingiu os 912.406, enquanto os óbitos registados são 17.173, dos quais 7.314 em Lisboa e Vale do Tejo. Em enfermaria estão internadas 742 pessoas, enquanto as unidades de cuidados intensivos acolhem 161 doentes.

Na segunda-feira, Portugal continental manteve a tendência crescente da incidência de infeções por 100 mil habitantes em 14 dias, apresentando 325,2 novos casos contra os 280,5 de sexta-feira.