O primeiro-ministro, António Costa, lamentou a morte do poeta e tradutor Pedro Tamen, lembrando-o como autor de “uma obra poética singular e de grande qualidade” e um “tradutor notável”, que “afrontou o conservadorismo do Portugal dos anos 60”.
“Foi uma figura central na vida cultural portuguesa. Fez parte da prodigiosa geração de intelectuais de ‘O Tempo e o Modo’, que renovou o ambiente cultural e afrontou o conservadorismo do Portugal dos anos 60″, escreveu António Costa, numa publicação na rede social Twitter.
Pedro Tamen, que hoje lamentavelmente nos deixou, foi uma figura central na vida cultural portuguesa. Fez parte da prodigiosa geração de intelectuais de “O Tempo e o Modo”, que renovou o ambiente cultural e afrontou o conservadorismo do Portugal dos anos 60.
— António Costa (@antoniocostapm) July 29, 2021
Recordando que Pedro Tamen foi administrador da Fundação Gulbenkian, o chefe do Governo apontou-o ainda como “autor de uma obra poética singular e de grande qualidade” e “um tradutor notável”.
“À sua família e amigos, envio sentidas condolências”, termina.
Morreu Pedro Tamen, poeta e tradutor que viveu “sempre um pouco em epopeia”
As cerimónias fúnebres do poeta Pedro Tamen, que morreu na quinta-feira em Setúbal, onde estava hospitalizado, aos 86 anos, realizam-se sábado, apenas com a presença de familiares, devido às contingências da pandemia, disse a sua filha à agência Lusa.
Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Pedro Tamen notabilizou-se como poeta e tradutor, estreando-se em 1956, com a obra “Poema para Todos os Dias”.
Publicou oito títulos de poesia, entre eles “O Livro do Sapateiro”, que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2010, e o Prémio Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas, em 2011.
A totalidade dos seus livros de poesia está reunida na obra “Retábulo das Matérias”.
Pedro Tamen escreveu também teatro e traduziu autores como Gabriel Garcia Marquez, Reinaldo Arenas, Marcel Proust e Gustave Flaubert.
Foi chefe de redação do Jornal Encontro, dirigente cineclubista, professor no ensino secundário, diretor da Livraria Moraes Editora, dirigente da Associação Portuguesa de Escritores, e presidente do PEN Clube Português.
Fez crítica literária no jornal Expresso e colaborou em vários jornais e revistas em Portugal e no Brasil.
Pedro Tamen recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.