As autoridades locais de Ibiza estão à procura de estrangeiros entre os 30 e os 40 anos dispostos a festejar em nome da luta contra a Covid-19. Servirão estes “agentes” para se infiltrarem em grupos que planeiem ajuntamentos, por forma a evitá-los antes que propaguem o vírus e, principalmente, a variante Delta.

Esta ideia surgiu no momento em que a ilha, conhecida pela famosa vida noturna que atrai turistas de todo o mundo, enfrenta uma taxa de incidência de Covid-19 que atingiu os 1.814 casos por 100.000 habitantes. Com a maioria das discotecas e bares fechados, a alternativa encontrada por muitos são festas e ajuntamentos ilegais — que as autoridades apontam como sendo a principal causa do aumento de casos.

Um oficial da autarquia local, Mariano Juan, ajudou na compreensão desta ideia, em entrevista ao jornal Diario de Ibiza: “As festas e ajuntamentos sempre representaram um problema relacionado à ordem pública, o problema é que agora propagam um vírus. A polícia afirmou também que foi difícil infiltrar-se, por serem reconhecidos pelos habitantes locais, e optaram por procurar ajuda do estrangeiro.”

Segundo o responsável, a maioria das festas ilegais são realizadas em residências particulares e promovidas nas redes sociais ou em estabelecimentos turísticos. O crescente aumento destas publicações sobrecarregou a polícia local na luta contra a a sua repressão e levou a este pedido de ajuda externa.

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O Governo está em contacto com uma empresa que se propôs a organizar os grupos de estrangeiros que se pretendem infiltrar para terminar com estes movimentos. “Ainda assim, não tem sido fácil encontrar pessoas com o perfil que procuramos, mas vamos continuar a trabalhar para que possamos implementar esta medida o mais depressa possível”, acrescentou Mariano Juan.

A ideia foi muito criticada pelo Partido Socialista, que lidera a administração autónoma de Ibiza. O deputado Vicent Torres pediu às autoridades que apresentassem “propostas sérias com consciência legal”, em vez de “agirem de forma irresponsável, lançando ideias com as quais não podemos concordar”.

Para além desta medida, o governo estabeleceu uma série de restrições, como a proibição de reuniões familiares entre as 1h00 e as 6h00 e multas até aos 600 euros para quem organizar festas ilegais.