A candidata do Chega à Câmara de Viana do Castelo defendeu esta quinta-feira a reconversão do prédio Coutinho num “ícone” da cidade, dotado de restaurante panorâmico no 13.º andar e de um mercado nas lojas “vazias” do rés-do-chão.

“Para mim, um prédio daqueles, tão bem construído, podia tornar-se num ícone da cidade. No último andar podia-se fazer um restaurante panorâmico e era uma atração turística. Não tenho dúvidas disso”, afirmou esta quinta-feira à agência Lusa Cristina Miranda.

O edifício Jardim, com 13 andares, conhecido localmente como prédio Coutinho, foi construído no início da década de 70 do século passado. Tem a sua desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis. O projeto, iniciado quando António Guterres era primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente, prevê para o local a construção do novo mercado municipal.

Inicialmente, o projeto da sociedade VianaPolis previa a implosão, mas a partir de 2018 a desconstrução foi a alternativa escolhida por prever o aproveitamento e a reutilização dos materiais e causar menos impacto ambiental.

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A desconstrução vai custar cerca de 1,2 milhões de euros e vai ser feita ao longo de seis meses.

Em alternativa, a candidata do Chega, de 55 anos, propõe a requalificação para que o edifício “volte a ter vida”.

“Em baixo, nas lojas que estão vazias, daria perfeitamente para fazer um pequeno mercado municipal (…). Um projeto não de milhões [de euros], mas decente”, apontou.

Para Cristina Miranda, “a torre do edifício poderia ser uma referência”, com “varandas verdes, ajardinadas”.

“Até se tornava bonito. Ele precisa é de ser requalificado, repensado e realojado. Ao mesmo tempo que se instalassem famílias gerava-se movimento naquela zona”, sustentou.

Para a candidata do Chega, todo o processo que conduziu à desconstrução do edifício é “um caso de polícia” que tem de ser investigado, porque “não passou de uma intenção grosseira, de meia dúzia, para aproveitar os milhões”.

Os impostos das pessoas são demasiado preciosos para serem desbaratados. Essa é uma das minhas bandeiras, lutar contra o despesismo da Câmara. Não aceito de todo, é criminosa a demolição do prédio Coutinho, ainda por cima com um alegando-se a necessidade de construir um novo mercado. É brincar com o erário público”, afirmou.

Segundo Cristina Miranda, “há outros prédios altos muito mais feios e volumosos, um deles, inclusivamente, está inclinado, a rachar todo, de cima a baixo, e ninguém se incomoda ou preocupa com isso”.

A candidata do Chega condenou ainda a demolição da antiga praça de touros para ser reconvertida em complexo desportivo.

“O mais curioso é que é para ser um pavilhão multiusos. Lembro-me que se gastaram cerca de 15 milhões de euros para fazer um pavilhão multiusos que de multiusos não tem nada. Agora só para espetáculos e nem para espetáculos o pavilhão do Souto Moura serve. Tem uma péssima acústica e é desconfortável”, especificou.

Além de Cristina Miranda, concorrem às eleições autárquicas do dia 26 Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pelo PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU (PCP/PEV), Jorge Teixeira pelo BE, Rui Martins pela Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos! e Maurício Antunes da Silva pelo IL.

Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% e dois mandatos, e a CDU alcançou 8,11%, ficando com um lugar no executivo municipal.