A maioria dos cidadãos da União Europeia (UE 62%) considera que os Estados Unidos, com apoio das instituições comunitárias, estão numa nova “guerra fria” com a China, mas recusam envolvimento nacional, revela um inquérito divulgado esta quarta-feira.
De acordo com um estudo do grupo de reflexão alemão Conselho Europeu para os Negócios Estrangeiros (ECFR, na sigla inglesa) — realizado antes do anúncio do pacto AUKUS — 62% dos cidadãos da UE acreditam que está a decorrer uma nova “guerra fria” entre os EUA e a China e 59% veem emergir uma cisão comparável entre os EUA e a Rússia.
O estudo, realizado antes do anúncio do pacto AUKUS entre a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos para a região do Indo-Pacífico, na passada semana, concluiu que, enquanto a maioria dos europeus vê uma nova “guerra fria” a decorrer entre os Estados Unidos e os seus rivais internacionais – a China e Rússia -, poucos acreditam que o seu país seja um participante direto nestes conflitos.
Por outro lado, nos 12 países inquiridos, incluindo Portugal, o ECFR observou que 31% pensam que a UE está numa “guerra fria” com Pequim, enquanto, em relação a Moscovo, há uma percentagem de 44% a expressar essa opinião.
Em Portugal, apenas 7% dos inquiridos consideraram que Lisboa pode estar envolvida numa “guerra fria” com Pequim ou Moscovo e 79% e 77% sublinham não haver qualquer conflito latente com, respetivamente, a China e a Rússia.
O inquérito foi realizado pelo ECFR em 12 Estados-membros da UE que no seu conjunto representam mais de 300 milhões de cidadãos e 80% do Produto Interno Bruto do bloco.