O escritor e jornalista Éric Zemmour, cara conhecida da extrema-direita, está a ganhar terreno para as eleições presidenciais francesas de 2022. Zemmour, que oficialmente ainda não apresentou a sua candidatura à presidência, ficou à frente de Marine Le Pen, da União Nacional, nas sondagens mais recentes da Harris Interactive divulgadas esta quarta-feira. Ou seja, se as eleições fossem hoje, passaria à segunda volta das eleições.

O ainda não-candidato Éric Zemmour é apontado para segundo lugar com 17 a 18% das intenções de voto, sendo que o atual presidente Emmanuel Macron continua a liderar na primeira volta com 24% a 27% das intenções de voto, segundo a sondagem citada pelo Le Figaro. Pela primeira vez em oito anos, a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, não aparece na segunda volta das eleições presidenciais numa sondagem.

A perda de apoio é evidente, desde que o partido de Le Pen não conseguiu ganhar o único governo em que teve oportunidade nas eleições regionais, pelo que a líder tem vindo a apelar com força aos franceses para que votem na alternativa nas próximas presidenciais. Marine Le Pen ficou-se pelos 15 a 16% das intenções de voto.

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A mesma sondagem mostra que Macron derrotaria Zemmour por 55% a 45% na segunda volta. Zemmour, de 63 anos, tem ganho espaço e mais apoiantes nos últimos meses e está a tornar-se num dos candidatos mais populares à presidência francesa, e descreve-se como “o candidato no debate”, declarando repetidamente que uma vitória de Le Pen é impossível. O ensaísta, que se assume como uma figura divisória, deixou recentemente o seu programa em horário nobre para cumprir as regras eleitorais.

“Nunca se viu um candidato que tenha experimentado uma tamanha mudança nas intenções de voto num espaço de tempo tão curto como o que vimos com Eric Zemmour”, disse Antoine Gautier da Harris Interactive sobre a sondagem, citado pelo Telegraph.

Dentro da direita, todos os concorrentes estão mais a baixo com Xavier Bertrand com 13% das intenções de voto, Valérie Pécresse com 11% e Michel Barnier com 7%. O candidato Jean-Luc Mélenchon está também reduzido a 11%. À esquerda, a candidata socialista Anne Hidalgo, e o ecologista Yannick Jadot lutam para se separarem com 6 a 7% da intenção de voto.

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