A pandemia não terminará antes de 2024: é o prognóstico feito por Mikael Dolsten, presidente do departamento de pesquisa e desenvolvimento médico da multinacional farmacêutica Pfizer, em declarações esta sexta-feira numa apresentação para investidores.
Como avança a Reuters, a empresa prevê que algumas regiões do mundo continuem a registar níveis pandémicos de Covid-19 nos próximos dois anos. Dolsten afirma que, ao mesmo tempo, alguns países irão transitar para um estado endémico, com realidades de saúde pública controláveis e um número reduzido de casos.
“Quando e como isto irá acontecer, vai depender da evolução do vírus, do quão eficazmente a sociedade distribuirá vacinas e tratamentos, e da distribuição justa destes fármacos para regiões onde as taxas de vacinação são ainda baixas”, apontou Dolsten. “O aparecimento de novas variantes poderá também afetar o desenrolar da situação pandémica.”
O prognóstico da farmacêutica foi feito após o surgimento da variante Ómicron que, quando comparada com a primeira versão do vírus, regista mais de 50 mutações. Segundo a agência Reuters, isto implicou uma redução na eficácia das vacinas de duas doses contra possíveis infeções, tendo instalado o medo global devido à rapidez de propagação.
De facto, antes da descoberta da nova variante, Anthony Fauci — principal epidemiologista da Casa Branca — previu que a pandemia iria terminar em 2022, nos Estados Unidos da América. Porém, numa entrevista com a NBC, no domingo, Fauci avisou que o inverno que se aproxima será “desolador”, alertando para a acelerada propagação da nova variante.
Ainda na mesma apresentação, Mikael Dolsten divulgou que uma versão de dose reduzida — destinada às crianças entre os dois e os quatro anos — registou uma resposta imunitária mais fraca do que o esperado, causando um potencial atraso na sua autorização.
A BioNTech e a Pfizer estão a desenvolver uma versão da vacina destinada a combater a rapidez de propagação da Ómicron. As empresas esperam começar a fase de testagem clínica em janeiro.