Uma pequena comitiva do Volt percorreu esta segunda-feira algumas ruas do centro de Santarém, capital de um dos três distritos onde o partido espera ter alguma expressão eleitoral, mas a maior parte das pessoas abordadas mostraram desconhecimento.

Tiago Matos Gomes, líder do Volt Portugal e cabeça de lista por Lisboa, esteve acompanhado pelo candidato pelo distrito, o luso-ucraniano Misha Shemliy, procurando passar a mensagem de que o partido “não é de esquerda nem de direita”.

“É um partido moderado, contra extremismos, que se dedica à classe média, a mais esquecida”, disse Tiago Gomes a uma escalabitana que, ao receber o panfleto, exclamou: “não sei o que é”.

“O Volt vai dedicar-se sobretudo às classes médias, que têm sido as mais fustigadas, não esquecendo obviamente as classes mais baixas, aquelas que passam mais dificuldades. Mas, para a economia crescer, precisamos de uma forte aposta nas pessoas nas classes médias e nos rendimentos das classes médias”, disse à Lusa, quando questionado sobre a mensagem que quer passar às pessoas nestes contactos de rua.

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Criado como movimento em 2017, o Volt Portugal candidata-se pela primeira vez a umas eleições legislativas, tendo Tomar (no distrito de Santarém) sido um dos concelhos em que o partido apresentou candidaturas nas autárquicas de 2021.

Santarém é, por isso, um dos distrito em que Tiago Gomes espera um bom resultado, a par de Lisboa e do Porto, aproveitando a visibilidade conseguida com as candidaturas às autárquicas.

“Eu estou com grandes esperanças”, declarou, reconhecendo que é mais fácil chegar ao eleitorado urbano e mais jovem, embora saliente as conversas com pessoas dos “30, 40, 50”.

Por isso, uma das propostas é que todas as Universidades e Institutos Politécnicos tenham alojamentos para os estudantes, para que nenhum deixe de poder estudar porque os pais não conseguem pagar um quarto.

Outra “bandeira” que exibe é a da digitalização, como essencial para o desenvolvimento do país, sendo uma das propostas do Volt a criação de um Ministério da Digitalização.

Tiago Gomes falou, ainda, da “aposta muito forte na área do ambiente”, com o desafio de fazer a transição para a descarbonização “cinco anos mais cedo do que o que é previsto” e acabar com o gás, o que implicará “uma maior aposta nas energias renováveis”, mas também na energia nuclear.

Salientando ser dos poucos partidos que defende abertamente esta opção, Tiago Gomes afirmou que “a energia nuclear pode ser um bom complemento e mais limpo e mais barato” do que, por exemplo, o gás, além de permitir descer os preços de energia.

Questionado sobre os protestos na região por causa da central espanhola de Almaraz, Tiago Gomes afirmou que esta unidade, não sendo de última geração, “não é comparável àquilo que é proposto”, já que há atualmente “toda uma nova tecnologia”.

Quanto à regionalização, de que o partido é defensor, o líder do Volt Portugal precisou que a proposta das regiões não foi ainda discutida internamente, comprometendo-se a, se for eleito para o parlamento, bater-se “por um mapa que possa ser negociado” e que assegure que o distrito de Santarém não ficará divido por duas regiões, como atualmente acontece para a obtenção de fundos comunitários.

A sua proposta é que, além das cinco regiões plano — Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve — seja criada a região do Ribatejo e Oeste.

A comitiva do Volt prossegue a campanha durante a tarde no concelho de Tomar, com contactos de rua com as populações.

As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30, sendo o Volt Portugal um dos 15 partidos que concorrem no distrito de Santarém.