O PS não deverá conseguir atingir o objetivo traçado desde o início da pré-campanha eleitoral: atingir a maioria absoluta. Pelo menos é o que indica a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para a RTP1, Antena 1 e Público publicada esta quinta-feira. Os socialistas ficam-se pelos 37% e veem o PSD a ganhar força (33%), reduzindo a distância para quatro pontos percentuais.
Comparando a última sondagem da mesma instituição, o PS cai dois pontos percentuais, enquanto o PSD sobe três. Na distribuição de deputados, há mesmo uma possibilidade de os sociais-democratas ultrapassaram os socialistas, que deverão eleger entre 99 a 110 parlamentares, contra 90 a 100 pela parte do PSD (uma subida considerável face a 2019, quando conseguiram 79 deputados).
A luta também continua renhida no terceiro lugar, mas o Chega tem uma ligeira vantagem, obtendo 6% das intenções de voto, podendo eleger entre sete a nove deputados. A CDU, o BE e o IL conseguem 5%. Os comunistas e os verdes podem ter representação de cinco a nove parlamentares, os bloquistas entre cinco a oito e os liberais entre quatro a seis.
Face às últimas legislativas, os partidos mais à direita teriam uma subida considerável (os dois têm apenas um deputado), enquanto os de esquerda cairiam — o BE passava de 19 para oito e a CDU passava de 12 para nove (isto nas melhores das hipóteses).
Há também um empate entre CDS-PP, PAN e Livre: os três partidos reuniriam, cada um, 2% das intenções de voto. Mas, na distribuição de deputados, há más notícias para os centristas: podem mesmo não eleger qualquer deputado na pior das hipóteses, enquanto na melhor conseguem dois (tinham quatro na última legislatura). Os partidos de Inês Sousa Real e de Rui Tavares deverão conseguir assento parlamentar: pelo menos um deputado e no máximo dois. Em comparação com 2019, o Livre estagna ou melhora, ao passo que o PAN desce dos quatro parlamentares que tinham atualmente na Assembleia da República.
Em termos gerais, os partidos de esquerda da antiga gerigonça (PS, BE e CDU) obtêm 47% dos votos, não chegando à maioria. Mas também uma ‘ecogerigonça’ — formada pelos socialistas, o PAN e o Livre — está fora de questão: os três partidos não superam as 41% das intenções de voto (114 deputados na melhor das hipóteses). Já a direita toda coligada, consegue 46%.
Embora a esquerda ainda consiga a maioria com várias geometrias parlamentares (seja PS/BE/PAN/Livre, seja PS/CDU/Livre), esta sondagem mostra que a direita poderá também formar uma maioria absoluta de 117 assentos parlamentares, caso se confirmem os melhores cenários. Contudo, o Chega terá sempre de estar presente na equação.
Esta sondagem foi realizada entre os dias 12 a 18 de janeiro (contando já com a performance dos debates) e contou com uma amostra de 1456 inquéritos válidos.
Sondagem da Intercampus mostra empate técnico entre PS e PSD
A tendência da sondagem da Universidade Católica repete-se na tracking poll que é feita diariamente pela Pitagórica para a CNN Portugal. O PS obteria 36,5% dos votos, enquanto o PSD obteria 32,9%, sendo a diferença entre os dois partidos de 3,6 pontos percentuais. Se se tiver em conta os intervalos de confiança, regista-se mesmo um empate técnico.
Nesta mesma sondagem, o Chega também se mantém em terceiro lugar com 6,3% das intenções dos votos. E há boas notícias para a IL, que consegue 5,2%, superando BE e CDU, que não vão além de 5%. O PAN obtém 1,9%, o Livre 1,5% e o CDS 1%.
Esta sondagem foi realizada de 16 a 19 de janeiro e contou com 152 respostas.