Portugal deve estar em condições de avançar para um alívio total das medidas contra a Covid-19 dentro de cinco semanas, quando o número óbitos em duas semanas por milhão de habitantes estiver abaixo dos 20. A previsão foi transmitida pela ministra Mariana Vieira da Silva na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros. Mas o prazo, que coincide com o fim de março, só é cumprido se a evolução do número de óbitos se mantiver tal como está atualmente.

Durante a apresentação de um plano de desconfinamento em dois níveis, a médica pneumologista Raquel Duarte apontou que o país está em condições avançar já para um alívio das medidas como o anunciado esta quinta-feira pelo Executivo. Mas são precisos dois indicadores para se levantarem todas as regras: haver menos de 17o camas ocupadas por doentes positivos nos cuidados intensivos e a métrica dos óbitos estar abaixo das 20 mortes por Covid-19 em duas semanas por milhão de habitantes.

O primeiro desses indicadores já foi cumprido: desde 8 de fevereiro que as autoridades de saúde não registam mais de 170 camas ocupadas por doentes infetados e o valor continua com tendência decrescente. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, há 132 doentes nas unidades de cuidados intensivos — o quinto dia consecutivo em queda e o maior decréscimo desde 25 de janeiro.

Mas o número de óbitos continua demasiado elevado para avançar para o chamado “Nível 0”, em que as máscaras deixam de ser obrigatórias e os certificados digitais não são solicitados sequer para entrar em lares ou visitar internados. Com os dados do último relatório de situação, registam-se 61 óbitos em duas semanas por milhão de habitantes, três vezes mais do que é necessário para o país entrar finalmente na normalidade, sem quaisquer medidas específicas contra a Covid-19 impostas pelo Governo.

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