A antiga agente da polícia norte-americana Kim Potter foi condenada a dois anos de prisão pelo homicídio de Daunte Wright, cidadão afroamericano de 20 anos, que foi alvejado e morto a tiro por Potter em abril do ano passado. A sentença foi lida esta sexta-feira.

A pena de prisão decretada é inferior às sentenças previstas para o crime de que Kim Potter foi condenada — segundo a agência de notícias Associated Press (AP), as penas pelo crime de homicídio por negligência costumam variar nos EUA entre cerca de seis a oito anos e meio de prisão. A pena decretada ter sido inferior deve-se a “fatores mitigadores”, segundo a AP.

Durante o processo que se seguiu à morte de Daunte Wright, Potter declarou-se inocente. Alegou em sua defesa que, após Wright ter resistido à detenção e tentado regressar ao seu veículo, tentou atingir o afroamericano de 20 anos com um taser, mas, por engano, disparou a arma de fogo e o tiro fatal. Depois do acidente, a antiga agente da polícia de Minneapolis apresentou a sua carta de demissão da polícia.

A 11 de abril, durante uma operação de trânsito, Daunte Wright estava prestes a ser detido por porte de arma quando a agente da polícia o alvejou a tiro. Em sua defesa, Kim Potter afirmou lembrar-se de ter gritado “taser, taser, taser” antes de disparar, como viria a ser demonstrado pelas imagens da câmara do fato da agente (bodycam) e como explicou, à data, o chefe da Polícia de Brooklyn Center. Foi devido a este fator que o crime que lhe foi imputado foi de homicídio por negligência.

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Antiga agente Kim Potter considerada culpada do homicídio de Daunte Wright

A mãe do afroamericano morto a tiro, Katie Wright, mostrou-se comovida e crítica do comportamento de Kim Potter durante o julgamento. Notando que a antiga agente referiu-se sempre a Daunte Wright como “o condutor”, e nunca pelo nome, referiu:

Ela nunca disse o nome dele, nem uma vez. E por causa disso nunca serei capaz de te perdoar. E nunca serei capaz de te perdoar também pelo que nos tiraste. Uma agente da polícia que devia servir-nos e proteger-nos tirou-nos tanto… a minha vida e o meu mundo nunca mais serão iguais. Daunte Demetrius Wright, continuarei a lutar em teu nome até ser um negro que conduz deixar de ser uma sentença de morte”, acrescentou Katie Wright.

O procurador Matt Frank considerou a sentença apropriada e quis notar: “A vida dele importava e essa vida foi-lhe tirada. O nome dele é Daunte Wright. Temos de dizer o nome dele. Não era apenas um condutor. Era um ser humano que estava vivo. Trata-se de uma vida”.

A morte de Daunte Wright, alvejado a tiro por uma agente da polícia, motivou mais protestos conturbados nos Estados Unidos da América. As manifestações já se tinham sentido em grande escala depois da morte de George Floyd, às mãos de um polícia norte-americano chamado Derek Chauvin.