A McDonald’s anunciou esta terça-feira que vai encerrar temporariamente os seus cerca de 850 estabelecimentos na Rússia, como resposta à invasão da Ucrânia. Também a Coca-Cola e a Starbucks anunciaram que iam fechar os seus negócios no mercado russo.
A empresa, segundo a Associated Press, vai continuar a pagar aos seus 62 mil funcionários, que “têm dedicado a alma e o coração pela marca McDonald’s”. Os cerca de 100 estabelecimentos da empresa de fast food na Ucrânia foram igualmente encerrados temporariamente.
Os nossos valores significam não poder ignorar o sofrimento humano desnecessário que se tem desenrolado na Ucrânia”, explicou em comunicado o CEO da empresa, Chris Kempckinski.
A McDonald’s e a Coca-Cola tinham sido pressionadas pelos consumidores a saírem do mercado russo como forma de protesto contra a invasão da Ucrânia, um passo que tinha já sido tomado por empresas como a Netflix, a Disney e a Ikea.
Esta terça-feira, também a Coca-Cola e a Starbucks anunciaram, de acordo com a CNBC, que iam fechar os seus negócios no mercado russo.
Os nossos corações estão com as pessoa que estão a atravessar os efeitos inconsequentes deste trágico evento na Ucrânia”, afirmou a empresa esta terça-feira em comunicado. “Vamos continuar a monitorizar e avaliar a situação enquanto as circunstâncias se desenvolvem.”
Outras empresas, como a Burger King, ainda não se pronunciaram, em relação à sua posição no mercado russo, explica o The Guardian.
Já o dono da KFC, que também detém a Pizza Hut, anunciou, segundo a BBC, que os investimentos futuros na Rússia foram suspensos, embora as duas cadeias alimentares não se tenham retirado do país. Todas as receitas dos cerca de mil estabelecimentos da KFC russos e dos cerca de 50 restaurantes da Pizza Hut no território seriam doadas para missões humanitárias.
Sean Penn em Kiev. Ator visitou gabinete do presidente e assistiu a conferência de imprensa
Na rede social Twitter, o movimento ganhou força com as hashtags #BoycottCocaCola e #BoycottMcDonalds , e até figuras de destaque como o ator e realizador Sean Penn, que se encontra na Ucrânia a filmar um documentário sobre a guerra, apelou ao boicote a estas empresas.
https://twitter.com/SeanPenn/status/1500938162830385153?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1500938162830385153%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.theguardian.com%2Fbusiness%2F2022%2Fmar%2F08%2Fpressure-grows-on-mcdonalds-and-coca-cola-to-suspend-russia-operations
Em 2021, segundo a McDonald’s, havia 847 restaurantes a funcionar na Rússia desta empresa. Já na Ucrânia, eram 108 os estabelecimentos abertos. Destes, a totalidade era operada pela própria empresa na Ucrânia, e apenas 16% dos estabelecimentos russos eram franchises.
Can you stop drinking Coca Cola please. They are refusing to withdraw from Russia. Let’s show them some people power.
— Deborah Meaden ???????? (@DeborahMeaden) March 4, 2022
No domingo, segundo a CNN, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, apelou a que “todas as companhias ocidentais se retirem da Rússia” em prol das questões humanitárias que a invasão da Ucrânia representa.
É simplesmente contra os princípios básicos morais continuar a operar na Rússia e a ganhar dinheiro lá”, explicou. “Ficámos desiludidos por saber que companhias como a Coca-Cola e a McDonald’s continuam na Rússia e continuam a providenciar os seus produtos.”