O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, terá cometido uma aparente gafe esta sexta-feira, quando falava a soldados norte-americanos na Polónia — mais especificamente numa base da NATO na cidade polaca de Rzeszow.
Num momento em que elogiava a resistência ucraniana à invasão russa, Biden particularizou sublinhando como o “cidadão comum” tem protestado contra a ocupação e resistido às forças russas: “Vão ver quando lá estiverem. Vão ver mulheres e jovens a colocar-se à frente do raio dos tanques, a dizer: não saio daqui”.
While speaking with U.S Army 82nd Airborne Division Members at the NATO Operations Base in the Polish City of Rzeszow about Ukrainian Citizens, U.S President Biden said," You will see when you are there, People standing in front of a damn tank, saying I'm not leaving". pic.twitter.com/HSkyVHSI7f
— OSINTdefender (@sentdefender) March 25, 2022
Apesar de Biden não ter corrigido logo naquele momento a declaração, um porta-voz da Casa Branca reiterou posteriormente aquela que tem sido a posição oficial dos EUA: o país não planeia entrar em território ucraniano e só intervirá no conflito se um país da NATO for atacado. “O Presidente tem sido claro ao dizer que não vamos enviar tropas dos Estados Unidos para a Ucrânia e não há nenhuma mudança sobre essa posição”.
UPDATE: A @WhiteHouse spokesperson tells me: "The President has been clear we are not sending U.S. troops to Ukraine and there is no change in that position."
— Andrew Feinberg (@AndrewFeinberg) March 25, 2022
Da pizza ao “poder do nosso exemplo”: Biden à mesa com soldados na Polónia
Na Polónia, o Presidente dos EUA, Joe Biden, encontrou-se esta sexta-feira com soldados norte-americanos e acabou a matar a fome com uma fatia de pizza. “Se vão começar a comer, vou sentar-me e comer qualquer coisa. Pode ser?”, perguntou, não se fazendo rogado.
"If you're starting to eat, I'm going to sit down and have something to eat. Is that alright?"
President Biden visited with members of the 82nd Airborne Division in Poland Friday, where he sat down with troops and shared a slice of pizza. https://t.co/2hTBwI5v91 pic.twitter.com/lWHmOFPoKY
— The Hill (@thehill) March 25, 2022
Os Estados Unidos da América têm atualmente 10.500 soldados na Polónia e 100 mil soldados destacados para a Europa, onde está atualmente a decorrer uma guerra na sequência da invasão militar da Rússia à Ucrânia.
O encontro de Biden com os soldados norte-americanos aconteceu na cidade polaca de Rzeszow. Durante esse encontro, o Presidente dos EUA apontou, de acordo com o site informativo e especializado na política norte-americana The Hill: “Para as nossas estruturas organizacionais, a questão que se coloca é: daqui a dez ou 15 anos, o que vai prevalecer: as democracias e os valores que partilhamos ou os regimes autocráticos? É verdadeiramente isso que está em causa”.
“Estamos no meio de uma luta entre as democracias e os oligarcas. O resto do mundo olha para nós porque não apenas lideramos pelo exemplo do nosso poder mas pelo poder do nosso exemplo”, acrescentou Biden. E agradeceu a quem decidiu escolher a Defesa como carreira nos EUA: “Vocês representam 1% do povo americano. Nenhum de vocês tem de estar aqui, todos vós decidiram estar aqui pelo vosso país”, referiu, notando que os 99% de norte-americanos estão “em dívida” com os seus soldados.
Ainda na Polónia, Biden apontou durante uma reunião centrada na ajuda humanitária aos refugiados ucranianos: “Estou aqui para avaliar a situação humanitária e, francamente, parte da minha deceção deve-se ao facto de não poder vê-lo em primeira mão como sucedeu em outros lugares”.
“Não me deixam, suponho que é compreensível, cruzar a fronteira, e observar o que está a acontecer na Ucrânia”, acrescentou o Presidente norte-americano.
Biden não repetirá assim o que fez há 20 dias o secretário de Estado, Antony Blinken, que em 5 de março cruzou brevemente a fronteira para se reunir com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba.
O Presidente norte-americano encontrou-se também com o seu homólogo polaco Andrzej Duda e disse estar emocionado com as imagens que viu de locais como Mariupol: “Parece ficção científica, ligar a televisão e ver como estão algumas destas cidades“.
Biden elogiou ainda a “valentia, paixão e resiliência” do povo ucraniano, e a “coragem” de muitos civis perante a invasão russa, referindo mesmo: “Quando vês uma mulher de 30 anos de pé frente a um tanque com uma espingarda… Recorda o que se passou na praça Tiananmen ao quadrado”. A declaração era uma alusão ao “homem do tanque” no decurso da repressão aos protestos contra o regime chinês.