Menos de seis mil euros, é quanto vale uma vida para a Rússia. O Kremlin oferece este salário aos cidadãos sírios para que se alistem no exército e partam para a Ucrânia, para combater sob uma bandeira azul, branca e vermelha.

Este valor foi revelado à BBC por um combatente sírio, que explicou que a guerra na Ucrânia tinha levado à “subida de preços no combustível, na comida e na bebida“, e que o regime russo estaria deste modo a recrutar jovens sírios sem meios de sobreviver num país do Médio Oriente devastado por uma guerra civil, iniciada em 2011.

Foi precisamente a escassez de recursos que levou o entrevistado a lutar na Ucrânia, embora, como explica a ABC, com a oposição da sua família. Caso o soldado morra, os seus familiares serão indemnizados com o equivalente a 43.600 euros.

Já relativamente ao salário dos mercenários sírios, este tem duas categorias distintas. Quem decidir juntar-se aos militares da linha da frente recebe sete mil euros mensais. Já quem decidir não ir para as zonas quentes do conflito recebe 3.500 euros.

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O processo de recrutamento, explicou a BBC, acontece através de uma promoção massiva nas redes sociais da Síria, deslocando-se depois os cidadãos que optem por ingressar no contingente russo para os postos de recrutamento — foram abertos 14 postos em cidades como Damasco, Alepo e Hama.

Ao todo, a Rússia afirmar ter já recrutado 16 mil soldados do Médio Oriente para combater pelo Kremlin.

“Há tantas pessoas a inscreverem-se. Conheço pelo menos uma 200 pessoas que se inscreveram para ir”, afirmou o soldado sírio entrevistado pela BBC.