O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, considera que o Presidente russo, Vladimir Putin, não demonstrou até agora “seriedade” nas suas intenções de negociar com a Ucrânia para pôr fim ao conflito.

Na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Blinken afirmou que a sua avaliação é que não se viu “que o Presidente Putin esteja a falar a sério sobre negociações significativas”.

O chefe da diplomacia norte-americana respondia ao senador Rand Paul, um republicano que se opõe ao que considera as políticas intervencionistas dos EUA e que acusou o Presidente norte-americano, Joe Biden, de ter contribuído para a decisão de Putin de invadir a Ucrânia ao “bater o tambor da admissão da Ucrânia à NATO”.

Os Estados Unidos apoiarão as autoridades ucranianas nos seus esforços diplomáticos para negociar um acordo de paz, acrescentou Blinken, explicando que o objetivo é “garantir que eles têm a capacidade de repelir a agressão russa e, na verdade, reforçar a sua posição numa possível mesa de negociações”.

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Disse ainda que ficou claro, nas conversações com a Rússia antes do lançamento da ofensiva militar, em 24 de fevereiro, que as críticas de Putin à integração de Kiev na Aliança eram um pretexto.

“Tentámos discutir estas questões com seriedade (com os russos)”, explicou. “Ficou muito claro, nas próprias palavras do Presidente Putin, que a questão nunca foi uma possível entrada da Ucrânia na NATO, mas sim porque sempre acreditou que a Ucrânia não merece ser um país soberano e independente.”

Blinken e o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, fizeram uma breve visita a Kiev no domingo, a primeira de alto nível dos EUA desde o início da guerra, durante a qual se reuniram com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.