A ofensiva russa no Donbass, que progride “lentamente e de forma desigual” devido à resistência do exército ucraniano, está atrasada em relação ao calendário previsto, indicou nesta sexta-feira um alto responsável do Pentágono.

“Pensamos que estão atrasados em relação ao que esperavam cumprir no Donbass”, declarou aos “media” o alto responsável, que falou sob anonimato.

“Têm pelo menos alguns dias de atraso”, precisou. “Estão longe de garantir a ligação” das tropas que entraram na região de Kharkiv (leste), a norte do Donbass, e as provenientes do sul do país, um dos objetivos do exército russo para apanhar em movimento de tenaz as forças ucranianas deslocadas na linha da frente em torno das zonas separatistas de Donetsk e Lugansk.

“Não estão a avançar rapidamente”, sublinhou. “Alguns quilómetros por dia, é o máximo que conseguem porque são repelidos” pelo exército ucraniano.

Apesar do início dos combates, “pensamos que continuam a criar as condições para uma ofensiva apoiada, mas vasta e mais longa”, acrescentou o alto responsável do Departamento de Defesa norte-americano.

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Assinalou ainda que as forças russas “não pretendem cometer os mesmos erros que se registaram em Kiev”, onde as colunas de tanques e veículos blindados foram imobilizadas pelas forças ucranianas armadas com lança-mísseis portáteis, e com o apoio logístico mantido à distância.

“Os disparos de artilharia e ataques aéreos que efetuam sobre as forças ucranianas não têm o efeito desejado, porque os ucranianos continuam a resistir”, frisou. “Por isso, pensamos que os seus progressos foram lentos e desiguais nas últimas 24 horas”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.