O trabalhista Anthony Albanese tomou posse, esta segunda-feira, como novo primeiro-ministro da Austrália, horas antes de seguir para o Japão, onde irá participar numa reunião do grupo Quad.
Austrália muda de agulha ao fim de uma década. Trabalhistas voltam ao poder com maioria
“Como primeiro-ministro, quero reunir as pessoas e liderar um governo que seja tão corajoso, trabalhador e atencioso quanto o povo australiano. Esse trabalho começa hoje”, disse Albanese, de 59 anos, na rede social Twitter, pouco depois da breve cerimónia, presidida pelo governador-geral da Austrália, David Hurley, na capital, Camberra.
I am deeply honoured to serve as Australia’s Prime Minister.
As Prime Minister, I want to bring people together and lead a government that is as courageous, hard-working and caring as the Australian people.
That work starts today. pic.twitter.com/qhu8JxHx2g
— Anthony Albanese (@AlboMP) May 22, 2022
Jim Chalmers e Kathy Gallagher também foram empossados como ministros do Orçamento e das Finanças, respetivamente, enquanto Penny Wong terá a tutela dos Negócios Estrangeiros e o vice-primeiro-ministro, Richard Marles, a área do emprego.
A inauguração permitirá que Albanese e Wong viajem ainda esta segunda-feira para Tóquio esta tarde, para uma reunião do grupo Quad, que junta EUA, Japão, Índia e a Austrália.
A reunião vai contar com a participação dos primeiros-ministros do Japão, Fumio Kishida, e da Índia, Narendra Modi, assim como do Presidente dos EUA, Joe Biden, que irá ter um encontro bilateral com Albanese.
No discurso de vitória, no domingo, o novo primeiro-ministro australiano disse querer aproveitar a primeira viagem oficial ao exterior para “avisar o mundo que há uma mudança de governo”.
“Haverá algumas mudanças na política, particularmente em torno das mudanças climáticas e nosso envolvimento com o mundo nessas questões”, acrescentou.
Albanese também prometeu transformar a Austrália numa “superpotência” em energias renováveis, mas não se comprometeu com uma renúncia ao carvão ou a proibição de abertura de novas minas, uma decisão crucial para uma economia que depende em grande parte do setor.
Durante a viagem de Albanese a Tóquio, que termina quarta-feira, Marles atuará como presidente interino da Austrália e os demais ministros que tomaram posse esta segunda-feira ficarão responsáveis por todas as pastas do Executivo até que a composição do novo governo seja definida, no final da semana.
Para já, ainda não é claro se os trabalhistas obterão uma maioria absoluta no parlamento australiano, o que lhes permitiria governar sem alianças.
A Comissão Eleitoral Australiana atribui esta segunda-feira, na ausência de resultados definitivos, 75 deputados aos trabalhistas — perto dos 76 que concedem maioria absoluta –, contra cerca de 58 que a coligação do conservador Scott Morrison teria obtido.
Os potenciais aliados do Partido Trabalhista estariam entre os 20 independentes, com agendas intimamente ligadas às ações contra a crise climática, e o Partido Verde, que pode obter até cinco deputados.
Cerca de seis dos 151 lugares que compõem a Câmara dos Deputados ainda não foram definidos, juntamente com 40 dos 76 membros do Senado. Os resultados finais podem demorar dias devido ao complexo sistema de preferências eleitorais.