A Guarda Nacional da Rússia — a Rosgvardia — está a acusar o filho da deputada britânica conservadora Helen Grant de envolvimento no assassinato do comandante checheno Adam Bisultanov na Ucrânia. Em comunicado, a organização paramilitar refere que Bisultanov foi morto a 26 de maio num confronto com um “grupo de mercenários do Reino Unido e dos EUA”, onde estaria Ben Grant — o rosto que se vê no tweet abaixo.

Ben Grant, de 30 anos, chegou pela primeira vez à Ucrânia em março. Na altura, deu uma entrevista ao The Guardian, na qual explicava que “não tinha sido enviado e que não tinha nada que ver com o governo [britânico] ou a mãe”. Ofereceu-se como voluntário depois de ver imagens de um bombardeamento russo contra uma casa nas quais se ouviam os gritos de uma criança. “Quero deixar isso bem claro, estou completamente por minha conta, nem sequer disse à minha mãe.”

Sou pai de três crianças, se fossem os meus filhos o que faria? Saía para lutar, depois pensei que também quereria que outras pessoas com as competências necessárias se pudessem juntar para me ajudar. Para me ajudar e para salvar a minha família”, justificava.

Em imagens partilhadas esta semana, ouve-se Grant — um antigo Royal Marine — dizer “vamos, vamos”, enquanto o próprio e a sua unidade correm na floresta e disparam um míssil antitanque Matador que se acredita ter atingido um veículo blindado russo BTR-80, de acordo com a descrição do The Guardian.

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A Rosgvardia — que responde diretamente ao Presidente Putin e não ao exército —  garantiu, igualmente, que Bisultanov foi morto quando a sua viatura militar BTR-80 foi atingida três vezes pelos combatentes estrangeiros.

Este não foi o único episódio de guerra de Grant partilhado recentemente. Em outro vídeo — cujo conteúdo pode ferir os espectadores mais sensíveis –, publicado pelo jornal britânico Telegraph, é possível ver o ex-Royal Marine a arrastar outro voluntário britânico para um local seguro após uma emboscada russa numa floresta ao norte de Kharkiv.

A sua unidade de 15 voluntários britânicos e americanos e dois intérpretes ucranianos estava a preparar um ataque a um alvo russo quando foi atacada por fogo russo no início deste mês:

Eu nunca tinha vivido algo assim na minha vida. Fiquei apavorado, mas motivado para completar o meu objetivo mais importante, que na época era tirar aquele militar e a minha equipa do perigo”, contou ao mesmo jornal britânico.

Desde que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, anunciou a criação da Legião Internacional da Ucrânia em março, milhares de pessoas de todo o globo, algumas com formação militar e muitas sem, viajaram rumo para a Ucrânia.

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