Ihor Kolomoisky, um dos oligarcas ucranianos mais poderosos, poderá ter visto a cidadania ser retirada por Volodomyr Zelensky. Meios de comunicação ucranianos, como o Kyiv Independent e o Ukrainska Pravda, avançam estas informações, referindo como fontes alguns oficiais e políticos do país.

O jornal Ukrainska Pravda foi o primeiro a avançar esta situação, mencionando um rascunho de um decreto presidencial sobre o assunto. Alegadamente, este documento mencionava a retirada da cidadania ucraniana a dez pessoas, incluindo o poderoso empresário Kolomoisky. No entanto, de acordo com este jornal, a assinatura de Zelensky não seria visível no documento.

Além de Kolomoisky, que tem negócios na área da energia, metalurgia e ainda na banca, a lista incluiria ainda um antigo aliado deste oligarca, o empresário Hennady Korban, que lidera as forças de defesa em Dnipro, a principal cidade industrial próxima dos confrontos no Donbass.

Korban terá, de acordo com o Kyiv Independent, sido um dos nomes que já reconheceu a situação, pedindo ao Presidente ucraniano que “resolva o mal entendido” da revogação desta cidadania. O jornal indica que Korban terá percebido que a cidadania ucraniana teria sido retirada quando tentou entrar na Ucrânia a partir da Polónia, a 22 de julho.

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Kolomoisky é um dos oligarcas ucranianos mais conhecidos, também pelos escândalos nos negócios e batalha contra o Estado ucraniano. Komoloisky e o seu parceiro de negócios, Gennadiy Boholyubov, eram donos do PrivatBank, um dos maiores bancos da Ucrânia. No início dos anos 2000, o banco expandiu o negócio mas em 2016, perante uma situação de falência, acabou por ser nacionalizado.

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Kolomoisky acabou por sair da Ucrânia em 2016, muito devido a um conflito em curso com o então Presidente Poroshenko. Em 2019, regressou ao país quando Zelensky foi eleito. Com negócios também na área dos media, a imprensa ucraniana refere que a holding deste oligarca transmitiu os programas de comédia de Zelensky e terá também ajudado a promover a imagem do então ator e comediante.

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Em cinco meses de guerra na Ucrânia, as autoridades de Kiev já abriram mais de 600 processos contra agentes e oficiais ucranianos por suspeitas de traição ou colaboracionismo com Moscovo, tendo Zelensky falado em auto-purificação.

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