Durante o 271.º dia de guerra foi divulgado que a Polónia não quer que a Ucrânia participe na investigação sobre a explosão de um míssil na cidade polaca de Przewodow. “Não existe essa possibilidade legal e seria contra os procedimentos, já para não referir o interesse da investigação”, refere a procuradoria polaca. Por agora estão a examinar todas as versões, incluindo a possibilidade de ter sido um míssil da defesa aérea ucraniana a cair no território polaco.

Durante a manhã, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky falou na cimeira da NATO e pediu aos estados membros que declarem a Rússia um “estado terrorista”. Da NATO ainda não chegou uma decisão, mas o Parlamento Europeu vai aprovar já na quarta-feira, em Estrasburgo, uma resolução na qual reconhece a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo. A aprovação é garantida com os votos dos dois maiores grupos, o Partido Popular Europeu e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) visitou esta segunda-feira a central nuclear de Zaporíjia, depois dos bombardeamentos registados no fim de semana. Os especialistas da AIEA concluíram que não há preocupações imediatas sobre a segurança do complexo, que está atualmente sob controlo das autoridades russas.

O que aconteceu durante a noite?

  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, viajou para a Rússia pela segunda em seis semanas, mostrando proximidade a Moscovo. O governo de Viktor Orbán tem mostrado oposição às sanções da União Europeia contra a Rússia.
  • Não há preocupações imediatas sobre a segurança da central nuclear de Zaporíjia, atualmente sob controlo das autoridades russas. A conclusão é da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que esteve a avaliar a situação nas instalações após novos ataques no fim de semana.
  • Sergei Surovikin, o coronel-general russo na Ucrânia, está debaixo de fogo após a retirada da Rússia da cidade de Kherson. “Chegou ao limite”, afirmou o ultranacionalista Alexander Dugin citado pela Reuters, descrevendo Kherson como uma cidade de que a Rússia nunca deveria ter saído.
  • O ex-Presidente russo, Dmitri Medvedev acusou o líder ucraniano de agir como uma “criança histérica com problemas de desenvolvimento”. Medvedev afirmou que o mundo está “muito cansado do regime de Kiev, principalmente do neurótico do Zelensky”, que não reconhece a “realidade do colapso da Ucrânia”.
  • O Presidente francês, Emmanuel Macron, condenou os novos bombardeamentos à central nuclear de Zaporíjia, após uma chamada telefónica com o homólogo ucraniano. Durante a conversa, Zelensky informou Macron sobre a situação no complexo de Zaporíjia, reforçando a necessidade de criar uma zona de desmilitarização.
  • O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, descreveu a queda de um míssil na Polónia como uma “provocação intencional” das autoridades ucranianas contra Minsk e Moscovo para escalar o conflito. “Os polacos e os ucranianos têm pena que não tenha sido um míssil russo. Precisavam de uma provocação contra nós”, afirmou, citado pela agência Belta.
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 703 ataques às infraestruturas de saúde na Ucrânia desde o início da guerra, a 24 de fevereiro. Os ataques são uma “violação” da lei internacional humanitária, sublinhou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge.
  • O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz, anunciou que as autoridades espanholas vão colaborar com as ucranianas para investigar possíveis crimes de guerra. Vão ser enviadas para a Ucrânia unidades da polícia espanhola.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de levar a cabo uma “política genocida” ao destruir a infraestrutura energética do país. Ao destruir o abastecimento de energia, água e eletricidade, a Rússia “coloca a vida de milhões de pessoas em perigo direto”, afirmou.
  • A Ucrânia não vai participar na investigação sobre a explosão de um míssil na cidade polaca de Przewodow, noticia o Kyiv Independent. A Procuradoria polaca fez saber que não concorda com a participação do lado ucraniano.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Kremlin garantiu que vai procurar encontrar os responsáveis pela alegada execução de mais de 10 soldados russos na Ucrânia e que fará tudo o que é possível para os levar à justiça. O Comité de Investigação da Rússia abriu um processo criminal na semana passada pela execução de pelo menos 11 soldados russos capturados no território da região leste de Lugansk e que, segundo Moscovo, estavam desarmados.
  • A procuradoria-geral da Justiça da Ucrânia anunciou esta ter descoberto quatro “locais de tortura” usados pelos russos em Kherson (sul), durante a ocupação desta cidade reconquistada pelas tropas de Kiev em 11 de novembro.
  • Russos terão queimado corpos de militares em lixeira em Kherson. Residentes na cidade de Kherson revelaram ao jornal The Guardian que uma lixeira nos arredores da cidade terá sido usada pelos militares russos para queimar os corpos dos colegas mortos em combate.
  • O Governo alemão disponibilizou-se hoje para fornecer à Polónia um sistema de defesa antiaérea Patriot, depois da queda de um míssil em território polaco, que matou duas pessoas na semana passada.
  • A Noruega anunciou que vai ajudar a Ucrânia com o fornecimento de gás para o próximo inverno. Em causa estão fundos de 2 mil milhões de coroas norueguesas (cerca de 190 milhões de euros), já incluídos num pacote de 10 mil milhões de coroas norueguesas, através do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, noticia o Guardian.
  • O Presidente da Ucrânia pediu aos países-membros da NATO que decretem a Rússia um Estado terrorista. Na cimeira da Aliança Atlântica, que está a decorrer em Madrid, o Presidente da Ucrânia apelou aos Estados-membros da NATO para que estabeleçam uma frente unida contra a Rússia em defesa da Ucrânia.
  • Portugal atribuiu até esta segunda-feira quase 55.000 proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia e cerca de um quarto foram concedidas a menores, informou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O que aconteceu durante a manhã?

  • A Rússia “não tem planos” para levar a cabo uma nova mobilização obrigatória, a fim de reforçar o contingente de militares no terreno, confirmou o porta-voz do Kremlin.
  • O primeiro-ministro espanhol anunciou esta manhã a abertura de um centro de instrução do exército ucraniano, na cidade de Toledo, segundo o El País. O centro terá capacidade para 400 militares a cada dois meses e estará em funcionamento no final de mês de novembro.
  • O primeiro-ministro António Costa voltou a manifestar o seu desacordo em relação à adesão da Ucrânia à UE, durante conferência da CNN. António Costa afirmou taxativamente que a Europa “não tem condições para cumprir as expectativas que agora está a criar”.
  • Uma área residencial da cidade ucraniana de Nikopol foi bombardeada durante a noite por forças russas fazendo um ferido.

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