Vários conselheiros da OMS e cientistas defendem que é demasiado cedo para declarar o fim da pandemia devido a uma possível grande onda de infeções na China. Depois do fim abrupto da política de “Covid-zero”, a China tem registado um forte aumento do número de infeções – e os dados oficiais sobre as (poucas) mortes suscitam muitas dúvidas.

“A dúvida é se podemos anunciar que estamos num pós-pandemia quando uma parte tão grande do mundo está a entrar numa segunda vaga”, diz à Reuters Marion Koopmans, virologista holandês que faz parte da “comissão Covid” da Organização Mundial de Saúde (OMS). O especialista comenta que “é óbvio que estamos numa fase diferente da pandemia mas, na minha opinião, a onda iminente na China é a grande incógnita”.

Em setembro, Tedros Adhanom Ghebreyesus, líder da OMS, afirmou que estava “à vista o fim” da pandemia de Covid-19 – e mais recentemente, em declarações a jornalista na semana passada, disse estar “esperançoso” de que se poderá dar por terminada a pandemia, a nível global.

Mas o líder da divisão de emergências de saúde da OMS, um organismo das Nações Unidas, afirma que “Tedros tem de conseguir atingir um ponto de equilíbrio” nesta matéria. Mike Ryan disse aos jornalistas, em Génova, que na sua opinião “o mundo ainda tem um trabalho para fazer. O trabalho não está terminado“.

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