Os serviços de informações ucranianos detiveram, esta sexta-feira, sete homens suspeitos de serem espiões russos. A Justiça da Ucrânia acusa-os de terem estado envolvidos no ataque contra um edifício residencial do passado sábado, em Dnipro, do qual resultaram 46 vítimas mortais. Os suspeitos terão fornecido coordenados à Rússia e terão mesmo ido ver a destruição causada pelo míssil.

Vasyl Malyuk, chefe dos serviços de informações ucranianos, disse que esta operação especial tinha como objetivo “expor e deter agentes inimigos”. “É o resultado de um trabalho meticuloso dos nossos funcionários na contraespionagem”, indicou o responsável máximo da organização, acrescentando que os serviços de segurança não “perdoarão” estes crimes, que não podem “passar impunes”. “Agentes da Federação Russa terão de responder por aquilo que fizeram.”

A Ucrânia acusa os sete homens de terem fornecido as coordenadas de infraestruturas críticas em Dnipro, incluindo empresas no setor da energia, ao lado russo. No entanto, o ataque acabou por atingir um edifício residencial, o que levanta a possibilidade de ter falhado o alvo. Terá sido por isso que os espiões terão ido depois ver e analisar a destruição causada, de forma a eventualmente estudar o que correu mal na trajetória do míssil.

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Para mais, a Ucrânia acusa os espiões de terem recolhido informações confidenciais relacionadas com as movimentações das tropas ucranianas, tendo ainda tentado obter dados sobre os sistemas de defesa aérea de Kiev.

O cabecilha da rede de espiões era cidadão com nacionalidade russa e já tinha vivido em Dnipro em 2014, tendo criado uma organização pró-Kremlin. Fugiu depois para a Rússia, mas voltou para a Ucrânia enquanto agente secreto em outubro de 2022, tendo recrutado mais seis homens para o ajudar.

O grupo russo comunicava através de mensagens anónimas e as localizações eram partilhadas através de fotografias, detalhou os serviços de informações ucranianos.