O programa das comemorações dos 50 anos do PS é “exaustivo” e pleno de momentos simbólicos, como uma homenagem ao fundador Mário Soares, com convidados de honra internacionais (Olaf Scholz, Felipe González, Pedro Sánchez, Stefan Lofven) e de históricos (Manuel Alegre e Jaime Gama), jantares, encontros populares e exposições itinerantes. Para as comemorações, que decorrerão a 19 de abril (mas também um pouco por todo o ano) serão convidados os ex-líderes, mas não um em concreto, porque se desfiliou: José Sócrates.

Na conferência de imprensa onde foi apresentado o programa das comemorações, o presidente do partido foi questionado sobre se iam ser feitos convites aos antigos secretários-gerais, mesmo que já se tivessem desfiliado. A resposta de Carlos César foi que o PS convida “os ex-secretários-gerais que são membros do partido”. E mesmo que o nome de José Sócrates não tivesse sido referido, o presidente do partido referiu-o: “O engenheiro José Sócrates desligou-se por livre vontade e não nos compete agora confrotá-lo com a sua opção“.

Recorde-se que o antigo primeiro-ministro — o primeiro a conquistar uma maioria absoluta para o PS — entrgou o cartão de militante em 2018, por considerar que a sua militância criava um “embaraço mútuo”. Sócrates está acusado por vários crimes, incluindo branqueamento de capitais e falsificação de documentos, e está à espera de data para ir a tribunal. O PS de António Costa tentou sempre criar uma barreira higiénica face à investigação que envolveu o seu ex-líder escudando-se na máxima “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”.

Sócrates entrega o cartão de militante e abandona o PS

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As comemorações dos 50 anos vão estender-se até ao centenário do nascimento de Mário Soares, a 7 de dezembro de 2024, passando também pelos 50 anos do 25 de abril. “É um ano muito importante para PS, não só pelo esforço que temos feito nos governos presididos por António Costa para ultrapassarmos crises“, mas também “porque deve sintonizar-se com continuidade, a afirmação e a renovação do PS”. E quando disse isto, Carlos César lembrou que o PS realiza o seu Congresso também durante este período, em princípio no início de setembro deste ano.

“As comemorações alicerçam-se na reafirmação do PS com o que sempre fomos e gostamos muito de ser: o grande partido da liberdade e da democracia”. César diz que o partido vai aproveitar as celebrações para “reencontrar-se com 50 anos de uma história com futuro e centrarmo-nos no futuro com história”. Destacando a ideia de um partido que “nunca vira as costas aos problemas, tanto nos momentos difíceis como nos mais exaltantes”.

E sobre os tempos atuais, César refere a liderança de António Costa e a resposta que deu “às gestão das contas públicas, aos efeitos da pandemia e da guerra” e o “esforço agora empreendido para ajudar as pessoas no seu rendimento disponível e as pessoas e empresas mais aflitas face ao surto inflacionário”.

Logo no dia 19 de abril vai realizar-se um “grande convívio” no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, onde vão discursar Jaime Gama, Olaf Scholz (líder do SPD alemão), Felipe González (líder histórico do PSOE) e António Costa. E no domingo seguinte, a 23, vai realizar-se uma festa popular no pavilhão Rosa Mota, no Porto, onde discursarão Pedro Sánchez, Stefan Lofven (presidente do PS europeu) e Manuel Alegre.

O primeiro momento das celebrações é uma homenagem ao fundador Mário Soares, no cemitério dos Prazeres. Soares morreu em janeiro de 2017.