O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antecipou esta quinta-feira que o Banco de Portugal vai rever a sua previsão de crescimento da economia portuguesa em 2023 para “a caminho de 2%, 1,8%”, admitindo “que pode ultrapassar os 2%”.
O chefe de Estado falava num hotel em Santo Domingo, num encontro com emigrantes portugueses e representantes de empresas nacionais com presença na República Dominicana, no fim de uma curta visita oficial a este país, antes da 28.ª Cimeira Ibero-Americana.
Economistas acreditam em défice abaixo de 1,5% alinhados com Governo
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Portugal registou em 2022 “o mais alto crescimento na Europa, ao mesmo tempo com um défice que se descobre todos os dias que é mais baixo” e o “desemprego em números históricos, pouco mais do que o desemprego técnico”.
“Agora mesmo para 2023, em que já se sabia que [o crescimento] não ia ser igual, o Banco de Portugal vai rever, se não reviu entretanto enquanto estamos cá, as previsões para 2023 a caminho de 2%, 1,8%, mas admitindo – enfim, não o dizendo publicamente – que pode ultrapassar os 2% e subir, o que na Europa é difícil, subir a caminho dos 3% no final do ano”, acrescentou.
A 16 de dezembro passado, o Banco de Portugal estimava um crescimento de 1,5% para a economia portuguesa em 2023.
Neste discurso, o Presidente da República apresentou Portugal como um “dos países da Europa e porventura no mundo dos melhores a enfrentar a pandemia” de covid-19.
“Portanto, saímos bem da pandemia. Depois, enfrentámos bem os efeitos económicos da pandemia. Fomos um dos três primeiros países a apresentar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Bruxelas. Trabalhámos, trabalhámos rapidamente”, disse.
Segundo o chefe de Estado, “com a guerra pelo meio e os efeitos da guerra” na Ucrânia, Portugal ultrapassou o ano de 2022 “aproveitando o balanço do final de 2021 que foi espetacular em termos económicos, turismo espetacular, investimento externo muito bom e exportações espetacular”.
Centeno diz que inflação “era e ainda é demasiado alta” e “já pouco temporária”
“Aproveitámos esse balanço, que nos deu para o primeiro trimestre e o segundo trimestre de 2022, e a desaceleração do segundo semestre de 2022 não impediu um crescimento de 6,7%, o mais alto crescimento na Europa”, prosseguiu.
Quanto ao défice, declarou que “vai ser inferior àquilo que se pensava, inferior a 1,7% ou 1,6%”.
Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “o turismo continua a subir”.
Já antes, numa intervenção no Congresso Nacional da República Dominicana, o chefe de Estado realçou que a economia portuguesa teve “o maior crescimento da Europa” em 2022, e afirmou que Portugal é um país que recuperou “rapidamente no turismo” após a pandemia da Covid-19 e que está “a recuperar no investimento externo”.