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A Ucrânia assinala esta sexta-feira — 401.º dia de guerra — um ano da libertação de Bucha, cidade que esteve sob ocupação russa durante 33 dias e onde foram descobertos corpos de civis nas ruas. “Haverá um novo [julgamento de] Nuremberg contra os Rashists”, prometeu no habitual discurso diário.

O dia também foi marcado pelo pedido do Presidente norte-americano à Rússia para que solte o jornalista do Wall Street Journal acusado de espionagem.

Correspondente do Wall Street Journal detido na Rússia por suspeitas de espionagem. Jornal nega acusações

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Estes são os principais acontecimentos que marcaram as últimas horas: 

O que aconteceu durante a noite?

  • O líder da administração regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, denunciou um ataque russo em Avdiivka provocou duas mortes: um bebé de dois meses e a avó. Os pais da criança terão ficado feridos no bombardeamento.
  • O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca apelou à saída dos cidadãos norte-americanos da Rússia. “Este não é o tempo para os americanos estarem na Rússia”, afirmou.
  • O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um programa de empréstimo à Ucrânia no valor de 15,6 mil milhões de dólares para os próximos quatro anos.
  • O chefe da diplomacia da União Europeia afastou a hipótese de a China agir como mediadora entre a Ucrânia e a Rússia. Josep Borrell sugeriu que Pequim concentre os seus esforços a tentar influenciar Moscovo a seguir o caminho de paz.
  • O Presidente Vladimir Putin assinou um decreto com a nova versão do Conceito da Política Externa Russa. O documento lista os Estados Unidos como a “principal fonte de ameaça à segurança e paz internacional”.
  • De visita a Bucha um ano após a libertação da cidade, o Presidente Zelensky disse que o anúncio russo de colocar armas nucleares estratégicas na Bielorrússia é sinal do “insucesso” das conversações entre Putin e Xi Jinping.
  • De visita oficial à China, o primeiro-ministro encontrou-se com o Presidente Xi Jinping, junto do qual defendeu a fórmula de paz de dez pontos proposta pela Ucrânia. Já depois do encontro, em declarações aos jornalistas, disse ter apelado ao “diálogo” e ao fim dos “horrores de uma guerra ilegal e injusta”.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O antigo Presidente da Rússia e atual vice-presidente do conselho de segurança russo, Dmitri Medvedev, deixou advertências aos “descarados” e “arrogantes” membros da NATO. “Resta saber se estão prontos para longa fila de caixões”, afirmou numa publicação na conta de Telegram.
  • As Nações Unidas verificaram a morte de mais de 8.400 civis e de mais de 14.000 feridos desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Os dados foram divulgados pelo responsável pelos Direitos Humanos da ONU, que alertou que está “é apenas a ponta do iceberg”.
  • O primeiro-ministro da Hungria alertou novamente que há um “verdadeiro perigo” de o conflito na Ucrânia se tornar numa Terceira Guerra Mundial. Viktor Orban considera que o Ocidente arrisca envolver outros países na guerra ao fornecer armamento a Kiev.
  • A Ucrânia estimou em cerca de 173.360 os soldados russos mortos em combate, incluindo mais de 460 do no último dia. Foram também destruídos, desde o início da guerra, 2.675 sistemas de artilharia e 3.615 tanques de batalha.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, deixou claro que a Finlândia se vai juntar formalmente à NATO “nos próximos dias”, após o parlamento turco ter ratificado a adesão do país nórdico à Aliança Atlântica.
  • O Kremlin afirma que todos os jornalistas estrangeiros credenciados podem continuar a trabalhar na Rússia. É a primeira declaração foi feita por Moscovo após um correspondente do The Wall Street Journal ter sido detido por suspeitas de espionagem — uma alegação negada pelo jornal norte-americano.
  • Ao deixar a Casa Branca, esta sexta-feira de manhã, Joe Biden pediu à Rússia para libertar o jornalista do Wall Street Journal que foi detido por suspeitas de espionagem. Em resposta à detenção, um grupo de 38 diretores de meios de comunicação internacionais assinou um carta dirigida ao embaixador russo nos EUA a apelar à libertação de Evan Gershkovich.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, defendeu que os planos da Rússia de colocar armas nucleares táticas no país é uma salvaguarda e uma proteção das ameaças ocidentais. Lukashenko alegou, segundo o The Guardian, que o Ocidente está a aumentar as suas forças militar na Polónia para invadir o seu país.
  • O ministro do Conselho de ministros ucraniano, Oleh Nemchinov, revelou, em declarações a uma televisão ucraniana, que “foi tomada uma decisão protocolar” de impedir os atletas ucranianos de participar na fase de qualificação para os Jogos Olímpicos de 2024, que se realizam em Paris, se tiverem de competir contra russos.
  • O embaixador da Rússia em Portugal disse que democracia não é “um ímpeto de encher com armas cada vez mais mortíferas o buraco negro da Ucrânia”. Para o embaixador russo em Lisboa, democracia não é “infundir o regime neonazista e corrupto de Kiev com milhares de milhões de euros”.
  • As forças russas atacaram Zaporíjia na madrugada desta sexta-feira. Segundo a agência Nexta, pelo menos 55 casas foram danificadas.
  • O procurador-geral ucraniano, Andriy Kostin, afirmou que quase 500 crianças morreram na Ucrânia desde o início da invasão russa, há mais de um ano. Além disso, segundo a CNBC, 943 menores ficaram feridos com “vários graus de gravidade”.
  • O Ministério do Comércio japonês anunciou que o país vai começar a proibir as exportações de aço, alumínio, aeronaves, máquinas de construção e motores de navios para a Moscovo.
  • Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono norte-americano, confirmou que 65 soldados ucranianos terminaram os treinos, em Oklahoma, com os sistemas de mísseis Patriot. O Kyiv Independent informa que os soldados já regressam à Europa.