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Os soldados russos anti-Moscovo que estão a lançar ataques na região de Belgorod, na Rússia, usaram pelo menos quatro veículos cedidos originalmente à Ucrânia pelos EUA e pela Polónia, segundo representantes norte-americanos citados pelo The Washington Post. O jornal escreve que essa situação está a levantar questões sobre as finalidades do uso de equipamento fornecido pela NATO, bem como a capacidade de Kiev manter o material que lhe é entregue.
Segundo o jornal norte-americano, três dos veículos táticos projetados para resistir a ataques e emboscadas (os MRAP) levados para a Rússia pelos combatentes foram fornecidos pelos EUA, e um quarto pela Polónia.
Um vídeo publicado online a 22 de maio pelo Corpo de Voluntários da Rússia, uma organização paramilitar anti-Kremlin com ligações neonazis, mostra militares e um MRAP perto da fronteira da Ucrânia com a região russa de Belgorod.
O Corpo de Voluntários da Rússia recusou, ao jornal, ter usado equipamento estrangeiro na operação, mas as fotografias analisadas pelo Washington Post revelam combatentes em Bolgorod a segurar em espingardas fabricadas pela República Checa e pela Bélgica. Teriam também pelo menos uma arma AT-4 antitanque que, segundo o jornal, é uma arma frequentemente usada pelas tropas dos EUA e do aliados do Ocidente.
Estas novas revelações vêm pôr em causa o pedido dos aliados de Kiev para que não use equipamentos ocidentais em ataques em solo russo. E mostra uma possível dificuldade da Ucrânia em controlar o rumo do material que recebe.
A operação em causa, em Belgorod, ocorreu na semana passada e, na quinta-feira, o Corpo de Voluntários da Rússia reivindicou ataques naquela região russa. Pelo menos dois MRAP parecem ter sido capturados pelas forças russas após a operação. A operação foi também liderada pela Legião da Libertação Russa.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA condenou, ao The Washington Post, o uso de equipamento da NATO na Rússia. “Os EUA não encorajam nem permitem ataques dentro da Rússia. Temos sido claros quanto ao facto de não apoiarmos a utilização de equipamento fabricado nos EUA para ataques dentro da Rússia, incluindo com os ucranianos na semana passada”, afirmou.
