Vestido com um casaco verde seco como o que Volodymyr Zelenskyy costuma usar nas suas intervenções, o jogador ucraniano do Arsenal, Oleksandr Zinchenko, admitiu estar disposto a juntar-se ao exército ucraniano na luta contra a invasão russa. “Vai haver uma altura em que toda a gente vai estar lá”, afirmou em entrevista a Piers Morgan. “Claro que eu lutava pela Ucrânia. Mas, ao mesmo tempo, penso que, neste momento, sou mais útil aqui. Nunca se sabe o que vai acontecer”.

Zinchenko visitou o país onde nasceu pela primeira vez desde que a guerra começou assim que a temporada desportiva do clube londrino terminou. O internacional pela Ucrânia em mais de 50 ocasiões tem sido uma das vozes do mundo do desporto mais ativas nos protestos contra a guerra.

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Foden marcou, o City ganhou. E foi tudo por Zinchenko, que não escondeu as lágrimas pela Ucrânia

O jogador de 26 anos confessa, na mesma entrevista ao jornalista britânico, que, caso defrontasse um adversário russo num jogo, não o ia cumprimentar. “Não aceito a reação deles, tenho que ser honesto. Pode-se dizer ‘bem, eles não fizeram nada contra nós’, mas sim, fizeram, eles fizeram: não reagiram. Ninguém vai falar disso, porque têm medo. Lamento, mas nunca mais nos chamem irmãos como fizeram no passado, nunca mais”.

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Assim, Zinchenko mostrou-se desfavorável à participação de atletas russos e bielorrussos nas grandes provas desportivas. “Sou um dos ucranianos que não gosta de ver os russos e bielorrussos ao mais alto nível em qualquer desporto”, explicou. “Quantas bombas e mísseis têm sido enviados da Bielorrússia? Quantas? Ouve, eu não sou político. Não percebo nada de política, não entendo nem nunca vou entender, porque essa não é a minha área. Mas isto não é política, isto é guerra. Dizem para não colocar política no desporto. Isto não é sobre política. Isto é guerra”.

Em Portugal, três dias depois do início da Guerra na Ucrânia, o então jogador do Benfica, Roman Yaremchuk, também manifestou o seu apoio ao país. O avançado exibiu uma, t-shirt negra com a Tryzub, símbolo nacional da Ucrânia, após marcar ao Ajax para a Liga dos Campeões.

A visão que esteve em risco por um elástico, o regresso aos golos, a homenagem à Ucrânia. “Quis apoiar, tenho medo”, diz Yaremchuk