O arcebispo alemão Georg Gänswein, célebre secretário particular de Bento XVI, vai voltar à sua diocese de origem em Freiburg, na Alemanha, a partir do próximo dia 1 de julho. A decisão foi tomada pelo Papa Francisco e anunciada em comunicado do Vaticano, citado esta quinta-feira pelo portal de notícias Vatican News.

Atualmente com 66 anos, Georg Gänswein cessou, a 28 de fevereiro deste ano, o seu cargo de prefeito da Casa Pontifícia. De acordo com a Associated Press, a diocese de Freiburg confirmou que Georg Gänswein deixará Roma na primeira semana de julho e que se fixará na cidade alemã. Além disso, afirmou que, atualmente, nenhuma “outra função” lhe foi atribuída.

A decisão é conhecida meses após o antigo secretário particular de Ratzinger ter publicado um polémico livro — intitulado “Nada mais do que a verdade. A minha vida ao lado de Bento XVI” — com duras críticas a Francisco (nomeadamente ao modo como o Papa geriu a relação com o emérito) e onde revelava a existência de uma relação tensa entre os dois papas, que conviveram no Vaticano ao longo da última década.

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Após a morte de Bento XVI, Georg Gänswein deixou o Mosteiro Mater Ecclesiae, o convento nos jardins do Vaticano onde viveu com Ratzinger até à sua morte (no último dia de 2022), para se mudar para um apartamento dentro do Vaticano. O seu futuro era uma incógnita, com alguns rumores a apontarem para “uma espécie de exílio” na Costa Rica. Sabe-se agora que, a partir do primeiro dia do próximo mês, estará na Alemanha.

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A Associated Press explica que, por norma, todos os secretários papais regressam às suas dioceses de origem após a morte do papa a que serviram. Ainda assim, a agência de notícias nota que o anúncio do Vaticano poderá mostrar que a relação entre Georg Gänswein e o Papa Francisco é marcada por alguma tensão, uma vez que nenhuma nova missão foi atribuída ao arcebispo alemão, que ainda é demasiado novo para se reformar.