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Um submersível turístico está desaparecido no Oceano Atlântico com cinco pessoas a bordo. A embarcação deixou de surgir nos radares esta segunda-feira, durante uma visita aos destroços do navio Titanic. A Guarda Costeira de Boston, nos Estados Unidos, confirmou à BBC que está em curso uma missão de resgate.
A conta de Twitter Marine Traffic refere que já terão partido do porto de St. John, no Canadá, três embarcações para ajudar na missão.
3 tugs seem headed to site of Titanic wreck, where a small submersible that takes paying tourists to view wreck has gone missing
AIS shows 3 tugs left ????????port St Johns, listing destination as Titanic wreck site & SAR.
3 vessels are Polar Prince, Kopit Hobson 1752, Horizon Arctic pic.twitter.com/TSO45EplMZ— MarineTraffic (@MarineTraffic) June 19, 2023
De acordo com a BBC, a OceanGate Expeditions, uma empresa privada que assegura viagens com embarcações que podem ser submersas para ver de perto os destroços do Titanic, anunciou nas redes sociais que tinha uma viagem em curso. Entretanto, a empresa confirmou que é a responsável pela viagem.
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“Estamos a explorar e a mobilizar todas as opções para fazer a tripulação regressar em segurança”, disse em comunicado enviado à BBC. “O nosso foco está nos membros da tripulação que estão no submersível e nas suas famílias.”
Até agora, sabe-se que a bordo seguia Hamish Harding, um multimilionário natural dos Emirados Árabes Unidos, mas há muito sediado em Inglaterra, ligado ao setor da aviação. A informação foi dada pelo enteado, Brian Szasz, nas redes sociais. “O meu padrasto, Hamish Harding, está desaparecido num submarino. Rezem por uma recuperação bem sucedida”. Harding tem no currículo uma extensa lista de viagens deste género — em junho de 2022, tornou-se num turista espacial ao participar num dos voos da Blue Origin, a empresa de exploração espacial criada por Jeff Bezos.
Em conferência de imprensa esta segunda-feira, John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, salientou que a embarcação poderá ter “entre 70 a 96 horas de oxigénio” e que, nesta primeira fase, estão “a tentar localizar o submarino primeiro, com várias forças no terreno, incluindo aviões, para perceber as capacidades da embarcação”. Está a existir um trabalho de coordenação com as forças canadianas para tentar localizar o submersível.
A Guarda Costeira norte-americana está envolvida por os destroços do Titanic estarem localizados a algumas centenas de quilómetros de Cape Cod, no Massachusetts. Trata-se de uma área remota, o que poderá dificultar as operações de busca.
O facto de se tratar de um submersível também gera complexidade, já que “é preciso estar atento a movimentações debaixo de água e também à superfície, caso o submersível tenha emergido”. As autoridades canadianas estão também a usar sónares para tentar detetar alguma atividade que permita localizar a embarcação.
No entanto, a Guarda Costeira norte-americana não confirmou a identidade de nenhuma das cinco pessoas a bordo — mesmo depois de o enteado de Hamish Harding anunciar que o multimilionário está desaparecido. “Não estou em condições de confirmar a identidade de ninguém a bordo, por respeito às famílias, já que está em curso o processo de notificação. Mas haverá mais informação em breve.”
De acordo com a empresa, podem seguir até cinco pessoas a bordo da embarcação — um piloto, três clientes e um “especialista em conteúdo”.
As viagens, com uma duração de oito dias, são descritas como uma hipótese de ver com mais detalhes os destroços do Titanic, que estão a cerca de 3.800 metros de profundidade e a cerca de 600 quilómetros da costa de Newfoundland, no Canadá. Um lugar nestas viagens pode custar 250 mil dólares (228,8 mil euros).
Em 1912, quando o Titanic colidiu com um icebergue durante a viagem inaugural, era o maior navio da altura. Seguiam a bordo 2.200 pessoas e morreram no desastre mais de 1.500.
Vídeo de 1986 revela imagens inéditas de uma das primeiras expedições ao Titanic depois do naufrágio
Desde 1985 que os destroços do Titanic são explorados para fins turísticos, refere a BBC.