A Media Capital pressiona, em comunicado, a Cofina, garantindo manter “o interesse na aquisição de 100% do capital social da Cofina Media”.

De surpresa, a empresa, cujo proprietário maioritário é Mário Ferreira, assume que quer participar em qualquer processo que a Cofina empreenda para vender a sua operação de media. E fá-lo num comunicado à CMVM.

A Media Capital diz assumir “o compromisso de participar no processo de alienação do referido ativo que venha a ser promovido pela Cofina, SGPS, organizado em modelo de leilão ou outro, e desde que pautado por regras objetivas e transparentes, mediante a apresentação de uma proposta que atribui à Cofina Media, S.A. um enterprise value superior a 75 milhões de euros“. Ou seja, a Media Capital está a pressionar para que a Cofina SGPS faça um processo de venda da Cofina Media.

Este foi o valor da proposta que a Cofina recebeu de um grupo de investidores associados à gestão (Ana Dias e Luís Santana, administradores da empresa), Otávio Ribeiro (ex-diretor do Correio da Manhã) e a um conjunto de outros potenciais compradores, incluindo Cristiano Ronaldo (segundo foi então noticiado). A Cofina informou a 30 de junho que tinha recebido a 27 e 28 de junho “uma oferta vinculativa e uma oferta vinculativa revista” por parte dos três elementos associados a um conjunto de investidores “não identificados”.  Essa proposta, segundo comunicado feito a 30 de junho, “prevê um preço calculado considerando um enterprise value de 75 milhões de euros, sujeito a condições e ajustamentos”.

Como Ronaldo pode entrar na Cofina. Cinco respostas sobre o negócio que está a agitar os media

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Cofina informou, então, que estava a avaliar a proposta e o preço. Pediu 60 dias “prorrogáveis unilateralmente” [ao contrário dos 5 dias que os proponentes tinham dado] para essa avaliação.

E foi durante esse período que a Media Capital faz um comunicado ao mercado, pressionando a Cofina, mas sem avançar com qualquer proposta.

De qualquer forma, e tal como o Observador tinha avançado, a Media Capital tinha feito nova aproximação à Cofina. Mário Ferreira e Paulo Fernandes estavam de costas voltadas desde que houve tentativas de compras mútuas, mas neste último ano o dono da Douro Azul, principal acionista da Media Capital que detém a TVI, voltou aos contactos. Mas não chegou a fazer qualquer proposta.

Media Capital, dona da TVI, em negociações para comprar Cofina, que detém Correio da Manhã

Depois do comunicado da CMVM, colocado nas informações privilegiadas, ainda que seja só a demonstração de interesse, as ações da Cofina dispararam. Está a negociar nos 0,44 euros, mais 16% que o fecho da sessão de segunda-feira, dia em que a empresa fechou a valer 0,378 euros, na perpetiva de que possa haver alguma disputa pela Cofina Media, o principal activo da SGPS, liderada por Paulo Fernandes.

A Cofina SGPS tem um grupo núcleo de acionista que detém quase 71%, pelo que a venda de um ativo terá de ter um acordo deste núcleo composto por João borges de Oliveira, Pedro Borges de Oliveira, Paulo Fernandes, Ana Mendonça e Domingos Vieira de Matos.