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Em 2017, descreveu-se como o “farol de muitos jovens”. Agora, com a luz dos atentados terroristas a renascer na Europa, motivada pelos conflitos entre o grupo Hamas e Israel, a polícia espanhola voltou a deter o maior recrutador jihadista.

Após ter sido sentenciado em 2018, a oito anos de prisão por recrutar, pelo menos, 28 jovens de diferentes países para se juntarem a grupos jihadistas, e de ter sido libertado após cumprir a pena, Mustafa Maya Amaya voltou a ser detido, esta segunda-feira, em Melilha. Segundo o El País, é acusado dos crimes de “doutrinação” e “glorificação”.

Esta é a segunda operação conduzida pela Polícia Nacional no espaço de uma semana, após o Ministério do Interior espanhol ter reforçado o alerta antiterrorista, na sequência dos recentes atentados que aconteceram em França e na Bélgica.

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Este fim de semana, as autoridades espanholas detiveram quatro pessoas na casa dos 20 anos, acusados de “auto-formação para fins terroristas, doutrinação de outros e glorificação do terrorismo”, após terem dito, numa chamada telefónica, que tinham encontrado um manual na deep web para fabricar um explosivo denominado “mãe do Satanás”, como explica a ABC.

Já a detenção de Mustafa Maya Amaya foi ordenada pelo Tribunal Central de Instrução da Audiência Nacional, a propósito de um inquérito de doutrinação que decorre desde 2021, avança o mesmo canal.

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Nascido em Bruxelas e com ascendência cigana, o homem de 59 anos foi julgado em 2018 por ter constituído “uma das maiores redes de recrutamento e envio de radicais para se juntarem a organizações”, através da Internet.

O grupo teria ramificações em vários países, entre o quais Marrocos, Bélgica, França, Tunísia, Líbia, Mali, Indonésia e Síria. Mustafa Maya Amaya chegou a admitir que tinha um campo de treinos em Melilha, cidade no norte de África, para preparar os jovens para os enviar para zonas de conflito, nomeadamente Síria, Iraque, Mali e Líbia.

A investigação conduzida até 2018, que previa 14 anos de prisão para o arguido, tendo este conseguido diminuir para oito, mostrou que Mustafa Maya Amaya treinou jovens combatentes “dispostos a morrer não só pelo Estado Islâmico e Jabhat al-Nusra, como pelo Al-Qaeda e o Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO)”.

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Quando foi questionado sobre quantas pessoas terá enviado para a Síria, “mais de 200” foi a sua resposta, conforme recorda o El País. No entanto, foram apenas verificados 28 perfis de jovens que doutrinou através da Internet, nomeadamente um com 20 anos que, em 2013, viajou para a Turquia e se juntou ao Estado Islâmico.