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A partida já começou atrasada. Só 15 minutos depois das 17 horas é que os avisos de ataques aéreos pararam e permitiram que a bola rolasse na Dnipro Arena, na região de Dnipropetrovsk. E mal sabiam os jogadores da Primeira Liga ucraniana que, após o apito inicial, se seguiam quatro horas e meia de sucessivas interrupções. Motivadas não pelo VAR, mas sim pelas sirenes de perigo.

O Dnipro-1 recebeu o FC Oleksandriya, na noite desta segunda-feira, num jogo que ficaria para a história. Não pela vitória da equipa da casa por uma bola a zero, que permitiu que subisse ao segundo lugar do campeonato, mas pela duração da partida.

O pontapé de saída deu-se por volta das 17h15 e o jogo terminou só perto das 22 horas, tendo durado quatro horas e 36 minutos e quebrado o recorde da partida mais longa na história da competição.

Segundo a BBC, a equipa da casa avançou-se no marcador aos 34 minutos, mas os jogadores foram obrigados a abandonar o relvado ainda no início da segunda parte, ao toque de outra sirene.

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Pouco tempo depois, o árbitro voltou a apitar e a equipa visitante acabou por chegar ao empate. No entanto, o lance teve de ser analisado pelo VAR e, após uma hora de atraso motivada por outro aviso de ataque aéreo, o golo foi anulado.

Quando faltava apenas um minuto para os 90, a partida foi novamente interrompida, tendo ficado suspensa durante uma hora e meia. Assim que o árbitro voltou a apitar, a equipa da casa respirou de alívio. Tanto pela vitória, como pelo fim do jogo.

“Este foi o nosso primeiro jogo assim tão longo e podia ter acabado mal”, apontou o defesa do Dnipro-1 Eduard Sarapiy, no website da equipa. “Queríamos terminar a partida. Entrámos em campo e tentámos levar o jogo até ao fim a vencer”.

O recorde de duração foi confirmado pela Primeira Liga ucraniana, que revelou à BBC quem o detinha anteriormente. “O antigo jogo mais longo foi um da época passada, entre o FC Rukh e o FC Metalist, que durou quatro horas e 27 minutos. A razão foi a mesma: sirenes de ataques aéreos”, disse.

Só em setembro é que o Dnipro-1 pôde voltar a jogar na Dnipro Arena, após ter sido obrigado a mudar de estádio, devido à invasão russa de fevereiro de 2022. Apesar de a cidade não ser uma das linhas de combate à ofensiva russa, já foi alvo de alguns ataques com mísseis, tendo um matado um idoso no dia interior ao jogo.