A menos de onze meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 5 de novembro de 2024, uma sondagem da IPSOS para a Reuters coloca Donald Trump à frente nas intenções de voto, com uma vantagem de dois pontos face a Joe Biden. O atual presidente perde ainda mais terreno para o mais que provável candidato republicano se na corrida à Casa Branca for incluído o advogado e ativista Robert F. Kennedy Jr.
Na sondagem, realizada online entre os dias 5 a 11 de dezembro, e que inquiriu cerca de 4400 pessoas, o ex-presidente Donald Trump recolhe 38% das intenções de voto, contra 36% de Joe Biden, o que coloca o resultado dentro da margem de erro (que é de 2%). Contudo, mais de um quarto dos eleitores (26%) diz que ainda não decidiu em qual dos dois vão votar ou admite votar noutro candidato.
Ainda assim, e apesar de a sondagem mostrar que Joe Biden teria um número de votos total inferior ao de Trump, o atual presidente leva vantagem de quatro pontos nos sete estados em que a disputa entre os dois candidatos se revelou mais renhida nas presidenciais de 2020: Wisconsin, Pensilvânia, Arizona, Geórgia, Nevada, Carolina do Norte e Michigan.
Ao contrário das eleições em Portugal, em que o vencedor final é o candidato que soma o maior número absoluto de votos, nos EUA conta a composição final do colégio eleitoral, formado pelos grandes eleitores que cada candidato recolhe em cada estado. Nem sempre o candidato com mais votos é que tem a maioria no colégio eleitoral, que vai depois designar o presidente: em 2016, por exemplo, Hilary Clinton teve mais votos do que Trump mas não foi eleita presidente.
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Cerca de 45% dos entrevistados considera Trump o melhor candidato para lidar com a economia, face a 33% que escolhem Biden. O atual presidente leva uma vantagem semelhante na questão do aberto (44% vs 29%). Já quantos às questões relacionadas com crime e imigração, 42% dos inquiridos dizem que Trump é o melhor candidato, mais dez pontos percentuais do que Biden.
Cerca de 60% dos inquiridos disseram que não estar satisfeitos com o sistema bipartidário dos EUA e querem uma terceira escolha.
Robert F. Kennedy Jr. vai concorrer à Casa Branca como independente
É precisamente quando são confrontados com essa terceira escolha, no caso personalizada no advogado e ativista anti-vacinas Robert F. Kennedy Jr, que o resultado de Joe Biden piora. Com o sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy na corrida, a vantagem de Trump aumenta de dois para cinco pontos (36% vs 31%), o que indicia que uma eventual candidatura (que Kennedy Jr anunciou em outubro, como independente) poderia captar algum eleitorado tradicional do partido democrata, prejudicando Biden.
Uma corrida a três à Casa Branca faria também reverter a liderança nos tais sete estados decisivos, com Trump à frente em todos eles, devido à dispersão de votos no campo democrata. Recorde-se que, em 2000, alguns democratas culparam a candidatura de Ralph Nader pela derrota de Al Gore para o republicano George W Bush.
No entanto, cerca de um terço dos eleitores do Partido Republicano garantem que não votam em Trump se o ex-presidente for condenado em tribunal nalgum dos quatro processos que decorrem contra ele.