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O secretário-geral das Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) afirmou esta quarta-feira que espera que, em 2024, 18 países da NATO atinjam os 2% dos seus PIB na área da defesa. Jens Stoltenberg assegurou ainda que nenhum membro da Aliança Atlântica está sob uma ameaça iminente e reagiu às declarações polémicas de Donald Trump.
“Espero que 18 aliados gastem 2% do PIB em defesa este ano”, disse Stoltenberg numa conferência de imprensa em Bruxelas, acrescentando que as despesas militares globais deverão registar mais um ano recorde: segundo a Reuters, a NATO espera um investimento total de 380 mil milhões de dólares (cerca de 354 mil milhões de euros) na defesa.
O secretário-geral da aliança político-militar, da qual Portugal é um dos Estado-membros fundadores, acrescentou que desde 2014, o investimento em defesa aumentou 11% – na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia – e que os 31 países que a compõem investiram mais de 600 mil milhões de euros.
Em resposta a perguntas relacionadas com as declarações de Donald Trump que, no sábado, afirmou que se ainda fosse Presidente dos EUA encorajaria a Rússia a invadir os países da NATO se estes não pagassem as contribuições devidas para a Aliança Atlântica, Stoltenberg, para além de repudiar os comentários, afirmou que nenhum país está sob ameaça: “Nunca podemos tomar a paz como garantida mas não há nenhuma ameaça iminente contra nenhum aliado da NATO.”
Trump diz que “encorajaria” Putin a invadir países da NATO que não paguem o suficiente
Numa antevisão da reunião dos ministros da Defesa da NATO na quinta-feira e a anteceder uma reunião do Conselho NATO-Ucrânia, o secretário-geral da Aliança Atlântica afirmou ainda que não se deve “minar a credibilidade da NATO” em termos de capacidade de dissuasão de ataques dos inimigos.
“A dissuasão está na mente dos nossos adversários. Não devemos deixar (qualquer) margem para erros de cálculo ou mal-entendidos em Moscovo sobre a nossa disponibilidade, o nosso compromisso e a nossa determinação em proteger todos os aliados”, disse Stoltenberg.
“E a razão para o fazer não é provocar um conflito, mas sim evitar um conflito, como a NATO tem feito com sucesso ao longo de 65 anos”, disse, acrescentando que “é do interesse nacional dos EUA” manter a NATO forte uma vez que o país “nunca travou uma guerra sozinho”.
“As críticas que ouvimos não são sobre a NATO, são sobre os aliados da NATO que não gastam o suficiente com a NATO”, acrescentou, dizendo ainda que o novo aumento das despesas militares dos aliados europeus são a prova de que esta mensagem tinha sido ouvida.
Por fim, o secretário-geral da NATO saudou as recentes vitórias de Kiev, que, na manhã desta quarta-feira, anunciou ter atingido outro navio de guerra russo no Mar Negro, afirmando serem “uma grande vitória”.
“Os ucranianos conseguiram infligir pesadas perdas à frota russa do Mar Negro”, disse Jens Stoltenberg. “É um grande feito, uma grande vitória para os ucranianos”.