O porta-voz do Livre reclamou esta quarta-feira ter persuadido o antigo ministro das Infraestruturas e secretário-geral socialista a aprovar o Passe Ferroviário Nacional e apelou à eleição de um grupo parlamentar para fazer mais.

“Apenas com um grupo parlamentar do Livre, ou seja, mais esforço de persuasão mas desta vez com o apoio dos cidadãos, com o apoio dos votos, nós passaremos para um verdadeiro passe de mobilidade nacional”, declarou Rui Tavares, numa ação de campanha para as legislativas de domingo, na estação de Lisboa-Santa Apolónia, num dia que dedicado à mobilidade.

A medida, acrescentou, visa que o passe abranja “o transporte urbano, suburbano, regional, de médio curso e flexível nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e de mobilidade ativa”.

O deputado do Livre afirmou que quando o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ainda era ministro das Infraestruturas, negociou com a maioria socialista, no âmbito do Orçamento do Estado para 2023, a aprovação do Passe Ferroviário Nacional, no valor de 49 euros, que já abrange 100 comboios por dia e chegará aos 250.

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O cabeça-de-lista do Livre por Lisboa lamentou que Portugal tenha “andado para trás” em matéria de ferrovia nos últimos anos, criticando o investimento “na política do asfalto”. Questionado sobre se concorda com o lema do líder socialista de “mais ação, menos conversa” nesta matéria, Tavares respondeu: “A questão com o PS e com os políticos do PS é saber se eles concordam com eles próprios, se implementam aquilo que dizem”.

Apontando que “os diagnósticos estão feitos” e que há “um alinhamento entre partidos progressistas” à esquerda, Tavares tentou mostrar o valor do Livre numa eventual maioria à esquerda. “A questão é: vamos deixar a esquerda na mesma ou vamos ter uma esquerda mais moderna, mais ativa, mais inovadora?”, questionou.

O dirigente foi também questionado sobre a promessa eleitoral de Pedro Nuno Santos de reduzir progressivamente o horário semanal de trabalho, a começar pelos jovens casais com filhos até três anos, para quem propõe um horário laboral de 37,5 horas.

Sobre se já há negociações à esquerda antes das eleições, Tavares respondeu que o Livre muitas vezes propõe medidas que recebem críticas ou dúvidas, até da esquerda, mas depois “percebe-se que as pessoas querem inovação nas políticas sociais”.

Interrogado sobre se vê as ideias do Livre a ser roubadas, brincou: “Há mais boas ideias de onde estas vieram. Tudo o que é bom é para roubar porque é dessa maneira que depois as políticas se implementam”.

O dirigente deixou ainda críticas à direita, dizendo que o PSD “deu uma grande ajuda” a tornar o ‘dossier’ político da alta velocidade num tema “politicamente tóxico”.

Ao seu lado, a número dois por Lisboa e deputada municipal, Isabel Mendes Lopes, defendeu melhorias nos transportes públicos, faixas exclusivas para autocarros nas cidades mas também no acesso a estas e investimento em material circulante.

A engenheira civil, especializada em transportes e mobilidade, apelou ainda à reposição dos comboios noturnos que ligavam Lisboa a Madrid antes da pandemia da Covid-19.