A plataforma que junta estruturas da PSP e GNR considerou, esta segunda-feira, que deve ser o novo primeiro-ministro a resolver o problema da atribuição de um suplemento de missão idêntico ao da PJ, esperando um contacto de Luís Montenegro.
“Vamos esperar que sejamos contactados, não pelo novo ministro da Administração Interna, mas sim pelo próprio primeiro-ministro. Parece que é uma questão que transcende o próprio MAI, até porque foi o agora primeiro-ministro que assumiu esse encargo. Por isso deve ser ele próprio a conduzir e a resolver esta questão”, disse à Lusa o porta-voz da plataforma, Bruno Pereira.
Os dirigentes que compõem a plataforma que reúne 11 sindicatos da PSP e associações da GNR estiveram esta segunda-feira reunidos, o primeiro encontro após as eleições legislativas e depois de terem cancelado os protestos durante a campanha eleitoral.
Bruno Pereira, que é também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia (SNOP), avançou que os elementos da plataforma, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, nomeadamente um suplemento de missão idêntico ao da PJ, não abordaram na reunião novas formas de luta, uma vez que esperam uma resolução do problema com o novo Executivo.
“Esperamos acima de tudo que a palavra que foi por várias vezes dada venha a ser a honrada”, disse, frisando que “existe uma vinculação aparentemente plena por parte não só do novo Governo, como até por parte de outros partidos que já assumiram e reafirmaram que fariam parte de uma solução relativamente a esta matéria de forma bastante cabal”.
O porta-voz da plataforma reafirmou que os polícias da Polícia de Segurança Pública e os militares da Guarda Nacional Republicana “não abdicam de um tratamento igual” ao que foi dado pelo Governo PS aos elementos da Polícia Judiciária, exigindo um suplemento que “quantifique o risco, a penosidade, insalubridade e o desgaste da profissão”.
Os polícias não dão para já um prazo para serem recebidos pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, afirmando que respeitam os termos de estabilização do novo Governo.
“O novo Governo não está estabilizado. Tem de ser apresentada a lista dos ministros ao Presidente da República, tem de ser apresentado um programa do Governo, que tem de passar no plenário da Assembleia da República e, portanto, só depois daí é que haverá condições formais e materiais para o novo Governo discutir esta questão connosco”, disse ainda.
A tomada de posse do novo Governo está marcada para 2 de abril.
Os elementos da PSP e da GNR realizaram protestos durante mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à PJ, aprovado pelo Governo PS no final de novembro do ano passado.