O Vaticano emitiu, esta terça-feira, um pedido de desculpa em nome do Papa Francisco, depois de ter sido tornado público que o chefe da Igreja Católica afirmou, num encontro com bispos, que “já há demasiada bichice” nos seminários.

Na nota, afirma-se que Francisco “tem conhecimento dos artigos recentes sobre uma conversa, à porta fechada, com os bispos da Conferência Episcopal Italiana” e que “nunca teve a intenção de ofender ou de se exprimir em termos homofóbicos”.  Apresenta, assim, “as suas desculpas a todos aqueles que se sentiram ofendidos pela utilização de um termo, referido por outros”.

A Santa Sé recupera as palavras do Papa, repetidas em várias ocasiões: “Na Igreja há lugar para todos, para todos. Ninguém é inútil, ninguém é supérfluo, há lugar para todos. Tal como nós somos, todos”.

[Já saiu o terceiro episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio e aqui o segundo episódio.]

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A expressão em que se referia à prevalência de padres homossexuais em seminários monopolizou as manchetes dos principais jornais italianos durante esta segunda-feira. A polémica instalou-se agora, mas a frase já tinha sido proferida a 20 de maio, durante um encontro à porta fechada com bispos em que o Papa participou.

“Já há demasiada bichice” nos seminários, diz Papa Francisco. Em seis anos, é a segunda polémica a envolver homossexuais

Segundo o Corriere della Sera, que avançou a notícia, a expressão utilizada pelo pontífice foi recebida com “risadas incrédulas” por parte dos bispos presentes, que defendem que pelo facto de o italiano não ser a língua materna de Francisco — mas sim o piemontês — o Papa desconhecia o quão ofensiva era a expressão.