O Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, foi distinguido esta sexta-feira com o Prémio Museu do Ano 2024, atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), anunciou a organização.

O galardão foi anunciado numa cerimónia realizada na Alfândega do Porto pela APOM.

O principal prémio do palmarés com 27 categorias tinha também como finalista o Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque – Museu Municipal de Azambuja, no distrito de Lisboa.

O vencedor é um museu de belas artes, artes decorativas e arqueologia que leva o nome de um dos mais destacados nomes da arte portuguesa, o escultor António Soares dos Reis (1847-1889), e está instalado no Palácio dos Carrancas, no Porto, tendo recebido o estatuto de museu nacional em 1932.

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O antigo Instituto Português de Museus remodelou-o em 2001 com o projeto de arquitetura de Fernando Távora, dotando-o de novos espaços de reservas, exposições temporárias, auditório e serviço de educação.

O presidente da APOM, João Neto, indicou à agência Lusa que o júri, composto pelos membros dos órgãos sociais da associação, recebeu este ano cerca de 170 projetos candidatos aos prémios, provenientes de todo o país.

Sobre a justificação da escolha do Museu Nacional de Soares dos Reis para Museu do Ano, João Neto disse que esteve relacionada com nova “a reorganização e restruturação” realizada naquele espaço museológico portuense, parcialmente encerrado durante cerca de três anos, e que reabriu com “um projeto inovador e um renovado diálogo com os visitantes”.

A partir de sábado, o museu vai expor a pintura Descida da Cruz, de Domingos Sequeira, na exposição de longa duração, que tem já patentes quatro óleos e um conjunto significativo de desenhos do pintor da afirmação do Romantismo português, e serão expostos desenhos preparatórios da obra, pertencentes ao acervo do MNSR.

“Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira, vai para o Museu Soares dos Reis

Descida da Cruz, pintura sacra datada de 1827, adquirida este ano pela Fundação Livraria Lello, faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira, executadas em Roma, onde o artista morreu em 1837.

Domingos Sequeira é considerado o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, tendo desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX, segundo os historiadores de arte.

No sábado, o museu irá realizar uma série de breves visitas orientadas à pintura Descida da Cruz, agendadas para as 10h30, 11h30, 15h00 e 16h00, de entrada gratuita.

O Prémio Museu do Ano é uma das principais distinções atribuídas pela APOM, que distinguem, entre outras áreas, a melhor intervenção e restauro, melhor exposição, parceria, projeto internacional, coleção visitável, colecionador e investigação.

No ano passado, o prémio Museu do Ano foi para o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA), no distrito de Santarém.