Os 80 anos do desembarque das tropas aliadas na Normandia são comemorados na quinta-feira, mas as celebrações que marcam a data redonda já começaram. Esta quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, aterrou em França onde vai encontrar-se com Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky. Nem Vladimir Putin, nem outros representantes de Moscovo, foram convidados.

Joe Biden chegou pelas 9h45 (hora local, mais uma hora do que em Lisboa) a solo francês e foi recebido à saída do avião pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também vai estar presente nas comemorações e vai encontrar-se com o homólogo dos EUA, na Normandia, numa oportunidade que deverá usar para apelar a mais apoio para a Ucrânia.

De acordo com a Reuters, nas comemorações do “Dia D”, Biden vai salientar o apoio dos EUA aos aliados na Europa e discursar sobre a democracia. O Presidente dos EUA ficará cinco dias em França e vai marcar presença nas celebrações na Normandia. Segundo a Casa Branca, as declarações de Biden na quinta e na sexta-feira vão centrar-se nos riscos do “isolacionismo” e na necessidade de enfrentar os ditadores, de acordo com o conselheiro da Casa Branca, Jake Sullivan. Biden também deverá traçar um paralelismo entre a II Guerra Mundial, a Guerra Fria e a atualidade, em que “nos deparamos mais uma vez com uma guerra na Europa”. Também deverá salientar o papel da NATO. Biden vai, ainda, encontrar-se com veteranos que participaram no desembarque a 6 de junho de 1944.

Segundo o Politico, França mudou de posição em relação ao convite à Rússia para marcar presença nas celebrações. O jornal escreve que em abril os organizadores das comemorações rejeitaram que Putin seria convidado mas havia planos para que a Rússia se fizesse representar dado o papel crucial que teve no fim da II Guerra Mundial.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

França, porém, acabaria por recuar e não convidar nenhum representante da Rússia, segundo anunciou o Palácio do Eliseu, na quinta-feira passada, por “não existirem as condições necessárias” para que o país fosse incluído devido à guerra na Ucrânia, que se intensificou nas últimas semanas.

Em 2004, Putin marcou presença nos 60 anos do desembarque, e voltou a estar presente dez anos depois, para o 70.º aniversário, pouco após a anexação da Crimeia. “Para sermos perfeitamente claros, já prestámos tributo à ação do Exército Vermelho, ao seu contributo decisivo para a vitória final contra o Nazismo”, defendeu a Presidência francesa, no mesmo comunicado.

As comemorações do “Dia D” já se estendem há alguns dias. No domingo, paraquedistas saltaram de aviões da época da Segunda Guerra Mundial em direção às praias da Normandia, marcando o início daquele que é esperado ser o maior evento em comemoração ao “Dia D” na história. E, na terça-feira, 22 veteranos partiram de Portsmouth, no sul de Inglaterra, num ferry, para recordarem a viagem que fizeram há 80 anos.

Veterano de 107 anos marca presença nas celebrações do “Dia D”

Além de Biden e Zelensky também deverão estar presentar os primeiros-ministros do Reino Unido, Rishi Sunak, e do Canadá, Justin Trudeau. O Rei Carlos III também marcará presença, na primeira viagem ao estrangeiro desde o diagnóstico de cancro.

Esta quarta-feira as cerimónias vão começar nos portos onde as tropas aliadas embarcaram para a invasão e nas praias francesas onde chegaram. O Rei Carlos III e Rishi Sunak vão encontrar-se com crianças num evento cultural e vai ser transmitido um filme da BBC, esta quarta-feira, em que o monarca é visto com a mãe em encontros com veteranos.