O Sindicato dos Jornalistas revelou esta terça-feira que pediu uma reunião urgente ao Governo para abordar a “grave situação” dos trabalhadores a recibos verdes da Global Media Group (GMG), denunciando que há jornalistas com dois meses de vencimento em atraso.
O pedido foi efetuado na semana passada ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que tutela a comunicação social, com o objetivo de informar a tutela sobre a “grave situação que afeta centenas de trabalhadores a recibos verdes do grupo, conhecidos na empresa como ‘colaboradores'”, explicou o Sindicato dos Jornalistas (SJ), em comunicado.
“O SJ, antecipando uma resposta positiva do ministro, pretende clarificar junto da tutela a situação destas pessoas e expressar ao ministro a importância de não deixar esquecidos os pagamentos a estas pessoas, agora e depois de concretizado o negócio da venda de parte dos títulos do GMG”, sublinhou.
Este sindicato frisou que à data desta terça-feira “há jornalistas com dois meses de vencimentos em atraso, de acordo com a prática instituída na empresa, e que o SJ sempre contestou, de pagar ao dia 10 do mês seguinte às pessoas sem vínculo laboral permanente”.
[Já saiu o quinto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio, aqui o terceiro episódio e aqui o quarto episódio]
“Pelas contas do SJ, cerca de 100 pessoas esperam ainda para receber os montantes correspondentes ao mês de março, que teria de ser pago até de abril. Para estes trabalhadores, o pesadelo e o sofrimento agudizam-se a partir de hoje, pois passou mais um mês, sem que a administração do GMG tenha conseguido encontrar uma solução ou tenha dado uma resposta cabal aos trabalhadores”, denunciou ainda.
Em 5 de junho, a Autoridade da Concorrência (AdC) divulgou a sua deliberação sobre a compra de títulos da GMG pela Notícias Ilimitada (NI), referindo que esta operação não constituía uma operação de concentração, depois da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter dado luz verde.
A operação inclui marcas como o Jornal de Notícias (JN), Jornal de Notícias História e os ‘sites’ NTV e Delas, Notícias Magazine, o desportivo O Jogo, Volta ao Mundo e Evasões.
Para o SJ, “empurrar para depois da conclusão do negócio (…) é deixar à fome as largas dezenas de pessoas que têm agora dois salários em atraso e voltando a atirar para as garras da ansiedade aqueles que tiveram a sorte de receber o mês de março, num processo que cuja discricionariedade não se entende, com uma frieza que não se pode tolerar”.
O sindicato lamentou ainda “o silêncio da administração da GMG no meio deste processo” e acrescentou que está disponível para “ajudar os associados a tomar as medidas que acharem necessárias e previstas na lei para defenderem os seus direitos e dignidade”.
Sindicato dos Jornalistas acusa Global Media de falhar pagamentos apesar de ter dinheiro