Depois de ter sido vítima de uma tentativa de assassinato, Donald Trump aceitou ser entrevistado pelo FBI, no âmbito da sua investigação. Esta entrevista à vítima faz parte do protocolo da agência para investigações em curso, afirmou o agente responsável pelo gabinete do FBI em Pittsburgh, na Pensilvânia, Estado onde se deu o ataque.
“Queremos ter a sua perspetiva sobre o que observou, como qualquer outra testemunha. É uma entrevista à vítima padrão, como a que faríamos com a vítima de qualquer outro crime, sob quaisquer outras circunstâncias”, declarou Kevin Rojek, citado pelos media norte-americanos.
A entrevista vai contribuir, então, para preencher lacunas na investigação do FBI, que continua a revelar novos detalhes sobre o ataque do dia 13 de julho. Na sexta-feira, a agência confirmou que Donald Trump foi realmente atingido por uma bala ou um fragmento da mesma.
O curto comunicado, em que se pode ler que “o que atingiu o ex-Presidente Trump na orelha foi uma bala, inteira ou fragmentada em pedaços menores, disparada da arma do atirador”, surgiu dois dias depois de o diretor do FBI ter declarado no Congresso que ainda não tinha esta certeza. As afirmações de Christopher Wray foram criticadas pelo médico de Trump, que exigiu uma alteração no registo da audiência.
O agente do FBI revelou ainda, esta segunda-feira, que a agência já realizou cerca de 450 entrevistas, tendo conseguido fazer um perfil bastante completo do atirador, Thomas Crooks.
No histórico de pesquisas do jovem, o FBI encontrou buscas apagadas de mais de duas dezenas de compras online de armas e explosivos. Crooks também pesquisou sobre a tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, em maio, e uma pesquisa específica sobre “a que distância estava Oswald de Kennedy?“. Outras pesquisas incluíam explosivos improvisados, centrais elétricas e informações sobre Donald Trump e Joe Biden.
As conclusões preliminares do FBI confirmam a suposição inicial de que Thomas Crooks tinha agido sozinho. “Ainda acreditamos que fosse um indivíduo solitário”, declarou Rojek. O perfil do FBI descrevem o atirador como um jovem “altamente inteligente”, mas solitário, com poucas conexões para além dos familiares.
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Crooks interagia pouco com os colegas de trabalho ou as pessoas com quem jogava online, mas a família, de quem era mais próximo, tem sido “bastante cooperativa”, acrescentou o agente.
Já os motivos continuam por explicar. Até agora, a investigação não revelou motivações políticas ou a sua participação numa conspiração mais vasta.
Kevin Rojek explicou ainda que a partilha de tantos detalhes sobre a investigação não faz parte do protocolo do FBI, mas que a agência decidiu proceder assim neste caso específico para evitar o desenrolar de novas teorias da conspiração e desinformação sobre a tentativa de assassinato ao ex-Presidente.