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O pianista russo Pavel Kushnir morreu na prisão enquanto aguardava julgamento por acusações ligadas às críticas que fez à invasão da Ucrânia pela Rússia. A informação foi avançada na segunda-feira por media russos e confirmada esta terça-feira pelo Mediazona, um meio independente.

A mãe de Kushnir relatou ao Mediazona que foi informada da sua morte pelos serviços de segurança russos, o FSB. O pianista estava há já algum tempo em greve de fome e foi alimentado de forma intravenosa, “o que não foi suficiente para o salvar”, declarou Irina Levina, citada pela Reuters. Pavel Kushnir acabou por morrer no dia 28 de julho, numa prisão em Birobidzhan, uma cidade no extremo oriente russo, próxima da China.

Kushnir era solista na Filarmónica de Birobiyan e fez a sua formação no Conservatório Tchaikovsky, em Moscovo. Foi detido pelo FSB em maio sob acusações de “incitamento a atividades terroristas”, depois de ter criticado, no seu canal no Youtube, o Kremlin pela invasão da Ucrânia.

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A União Europeia reagiu à morte de Kushnir, classificando-a como “uma lembrança chocante da repressão contínua do Kremlin”. O porta-voz para os negócios estrangeiros recorreu ao X para deixar um apelo à Rússia.

“A UE insta a Rússia a respeitar a sua Constituição, a libertar todos os prisioneiros e a parar a repressão contra manifestantes anti-guerra”, escreveu Peter Stano, partilhando a notícia da morte do pianista partilhada pelo Moscow Times.

Desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Kremlin tem detido várias figuras públicas, críticas da ofensiva, de jornalistas a opositores políticos. Kushnir não é o primeiro a morrer na prisão, em circunstâncias questionadas pela comunidade internacional. A mais notória destas mortes foi a de Alexei Navalny, em fevereiro de 2024.

A morte de Pavel Kushnir terá acontecido dias antes da histórica troca de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente, que libertou vários destes críticos das prisões onde se encontravam detidos, a cumprir longas penas, por acusações semelhantes às do pianista.

Putin quis de volta o seu “assassino favorito” e Ocidente aceitou para “salvar inocentes”. As negociações da troca histórica de prisioneiros