No dia em que foram mobilizados mais de seis mil polícias para as ruas, um tribunal britânico sentenciou pela primeira vez  três manifestantes a pena de prisão. Derek Drummond foi o primeiro a receber uma pena de três anos de prisão por ter participado nos protestos em Southport, que se seguiram ao atentado que matou três crianças, uma delas portuguesa. Depois foi a vez de Declan Geiran e Liam Riley serem condenados a 20 e 30 meses de prisão pelo incêndio de uma carrinha da polícia em Liverpool, informa a BBC.

Já há cerca de 120 condenados e 428 detidos pelas manifestações violentas anti-imigração que varrem o Reino Unido desde 30 de julho, pelo que os tribunais estão a trabalhar 24h por dia. O procurador-geral britânico descreve estas primeiras condenações com pena de prisão como “a ponta do iceberg”.

Depois de na segunda-feira, o governo ter dito que as prisões estavam prontas para “minoria criminosa”, esta quarta-feira, Jim McMahon, o secretário de Estado da Habitação e Comunidades avisou que os infratores vão sentir a “força total da lei”, continuando a mensagem partilhada pelo primeiro-ministro Keir Starmer.

Starmer espera penas pesadas para envolvidos em motins no Reino Unido

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Esta quinta-feira à noite, em que se esperavam mais de cem protestos, houve também contramanifestações pacíficas. Segundo a BBC, os manifestantes estiveram em Londres, Bristol e Newcastle.

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Neste clima de possível violência de norte a sul do Reino Unido, o presidente da câmara dos comuns, Lindsay Hoyle, advertiu os membros do parlamento britânico para ficarem em regime de trabalho remoto. “Não temos informação que sugira que os membros ou as suas equipas sejam alvos desta ameaça. No entanto, percebemos a espontaneidade e natureza pouco previsível da desordem, e por isso encorajamos os membros do parlamento a ser cautelosos”, disse Hoyle.

Na passada sexta-feira, o presidente da câmara de Liverpool, Steve Rotheram, condenou declarações feitas pelo presidente do partido Reform UK, Nigel Farage, dizendo que o deputado estava a legitimizar os protestos violentos e a desordem ao afirmar que “o que está a acontecer não é nada comparado com o que vem nas próximas semanas”. No entanto, esta terça-feira, o líder do partido reformista já tentou mitigar estas alegações em várias entrevistas e vídeos publicados na rede social X.