Depois de ter feito apenas uma publicação em mais de três anos, Donald Trump regressou à rede social X. Esta segunda-feira, a plataforma vai transmitir em direto uma conversa entre o candidato republicano e o dono do X, Elon Musk.

“Eles querem tirar-me a minha liberdade, porque nunca vou deixar que eles tirem a vossa liberdade. Eles querem silenciar-me, porque nunca vou deixar que eles vos silenciem. Eles não estão atrás de mim, eles estão atrás de vocês e eu estou no caminho deles e nunca me vou mexer“. É esta a mensagem transmitida no vídeo de campanha publicado por Trump, no seu regresso ao X (antigo Twitter).

O ex-Presidente foi banido do Twitter em janeiro de 2021, depois de os seus apoiantes terem invadido o Capitólio, incidente no qual morreram quatro pessoas. A plataforma considerou que as publicações de Trump incitaram à violência, o que constituiu uma violação dos regulamentos da rede social, e desativaram a sua conta.

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Contudo, em 2022, o Twitter acabou por ser comprado por Elon Musk, que o renomeou X e alterou os regulamentos das publicações. Desde aí, o magnata da tecnologia e apoiante de Donald Trump tentava convencê-lo a regressar à plataforma.

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O republicano recusou o convite, preferindo continuar a publicar na rede social que fundou, a Truth Social, que é constituída principalmente pelos seus apoiantes. Desde a reativação da conta de Trump no X, este fez apenas uma publicação: da sua mugshot, quando foi detido em agosto de 2023.

Esta segunda-feira, o ex-Presidente, que concorre novamente à Casa Branca, quebrou quase um ano de silêncio com seis publicações na sua conta do X, em menos de uma hora. Para além de dois vídeos de campanha, Trump deixou uma publicação em que questiona: “Estão melhor do que quando eu era Presidente? A nossa economia está destruída. A nossa fronteira foi apagada. Somos uma nação em declínio”, um eco das publicações que costuma fazer no Truth Social. Publicou ainda um vídeo crítico de Kamala Harris, uma compilação de momentos da vice-Presidente, destinado a ilustrá-la como uma “radical”.

As restantes publicações ajudam a explicar o regresso de Trump ao X: anunciam uma conversa com Elon Musk, que vai ter lugar esta segunda-feira à noite (madrugada de terça-feira em Portugal Continental) e vai ser transmitida em direto na plataforma. O encontro é uma vitória para ambos, nota o The New York Times. Para Musk, que conseguiu convencer Trump a regressar ao X. Para o republicano, que reuniu o apoio de um dos homens mais ricos do mundo para a sua campanha.

Em resposta ao anúncio desta conversa, Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, publicou uma carta, em que lembra a Elon Musk que esta deve obedecer ao Regulamento dos Serviços Digitais da UE, uma vez que vai estar disponível para cidadãos da comunidade europeia. Isto implica não participar na partilha de desinformação ou “amplificação de conteúdo terrorista ou que incite à violência, ódio e racismo”.

“Com um grande público, vem uma grande responsabilidade”, escreveu Breton no X, assinalando que Musk não tem cumprido com esta lei nas suas publicações sobre os motins anti-imigração no Reino Unido.

Em resposta ao Comissário Europeu, Musk publicou uma fotografia com uma “recomendação” insultuosa. Já um porta-voz da campanha de Donald Trump considerou que a UE “devia meter-se na sua vida, em vez de tentar interferir nas eleições presidenciais dos EUA”.