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O incêndio que nos últimos três dias tem atingido localidades a norte de Atenas, e provocou uma vítima mortal, abrandou terça-feira à tarde devido aos ventos fracos e encontra-se na tarde de quarta-feira sem focos ativos. “A situação melhorou, mas há incêndios aleatórios. De momento, não temos novas frentes, apenas alguns reacendimentos, mas continuamos em alerta máximo”, disse um oficial do corpo de bombeiros, citado na Reuters. O executivo grego já anunciou medidas de compensação às vítimas.

Segundo a agência de cartografia por satélite da União Europeia, citada pelo The Independent, os incêndios florestais na Grécia devoraram um terço da área total de floresta no nordeste de Atenas. Uma área de mais de 10.400 hectares foi queimada na região de Ática, onde os bombeiros continuam a combater os incêndios dispersos que sobraram da frente de fogo que matou uma mulher e levou à evacuação de milhares de pessoas.

Na manhã desta quarta-feira estavam cerca de 530 operacionais apoiados por 145 veículos no terreno, quer a combater eventuais reacendimentos, quer de prevenção para os evitar. Desde domingo que centenas de bombeiros, têm lutado contra o incêndio, que já devastou mais de 10 mil hectares, matou uma mulher de 62 anos e deixou cerca de 70 pessoas feridas, mais cinco bombeiros que também receberam tratamento médico. Cerca de 100 casas ficaram gravemente danificadas, indicou a Proteção Civil grega.

Todo o país continua sob alerta máximo de incêndio, uma vez que se prevê que as temperaturas atinjam os 40ºC nos próximos dias, provocando mais incêndios. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, foi alvo de críticas pela forma como lidou com a catástrofe, depois de imagens angustiantes terem revelado o verdadeiro rasto de devastação.

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Perante o tamanho dos danos causados, o governo grego anunciou algumas medidas de compensação às vítimas que incluem apoios à renda, isenção fiscal a casas compradas à mais de três anos e subsídios, segundo comunicado do ministério da Proteção Civil disponível no site da instituição. Em situações de danos habitacionais irremediáveis e que coloquem em causa a segurança dos residentes, o executivo irá fornecer um apoio inicial de 10 mil euros. Para casas temporariamente danificadas, serão atribuídos 5 mil euros.

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Durante três dias, a maior parte da capital grega esteve coberta por um fumo acre e os cientistas relataram um aumento alarmante de partículas perigosas transportadas pelo ar, especialmente durante a noite, de domingo para segunda-feira.

O incêndio afetou as cidades suburbanas de Nea Penteli, Palaia Penteli, Patima Halandriou e Vrilissia, de onde fugiram milhares de pessoas.

O presidente da câmara de Halandri, Simos Roussos, relatou à televisão pública ERT ter visto cerca de dez casas destruídas pelas chamas. “O fogo percorreu 50 quilómetros e mudou de direção dez vezes”, descreveu.

Os autarcas de Penteli e da cidade de Varnavas, onde o incêndio deflagrou, também informaram de uma dezena de casas destruídas nas suas zonas.

O Ministério do Interior grego decidiu hoje distribuir 4,7 milhões de euros pelos oito municípios atingidos pelo incêndio.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a organização estava “pronta a ajudar a dar resposta às necessidades urgentes de saúde das comunidades afetadas”.