Carlos Coelho, antigo eurodeputado e diretor de campanha de Montenegro nas últimas diretas, saiu esta terça-feira em defesa da ministra da Juventude, Margarida Balseiro Lopes, que diz ser “uma das melhores referências da nova geração do PSD” e uma “mulher aberta e inteligente”. Depois das críticas de que a governante foi alvo, inclusive por um deputado do próprio partido, que a acusou de seguir a agenda woke por defender a linguagem da DGS que falava em “pessoas que menstruam”.

O antigo governante do Executivo de Cavaco Silva, diz que “a ministra tem toda a razão quando apoia a designação da DGS, que não a faz de forma gratuita nem por acaso, mas para seguir a orientação de várias organizações internacionais”. Carlos Coelho, que é também o Coordenador da Academia de Formação do PSD e reitor da Universidade de Verão do partido, explica que a linguagem inclusiva é a forma de “construir o futuro com abertura”.

“Pessoas que menstruam”. Governo dá respaldo à DGS e defende “linguagem neutra”

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Sem nunca se referir a Bruno Vitorino, Carlos Coelho diz que “qualquer reação contrária” a defender a posição da ministra “é uma reação desagradável, com sabor do antigamente, de exclusão, de preconceito“. O antigo eurodeputado admite que os “partidos são sempre realidades muito plurais” e que, portanto, nem todos pensarão como ele sobre o assunto, mas acrescenta que “há pessoas que olham par ao futuro e as que estão presas ao passado.”

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A ministra da Juventude tinha, após uma pergunta do Bloco de Esquerda, respondido que “o Governo reconhece a saúde menstrual como uma questão de saúde e direitos humanos, e não apenas como uma questão de higiene, e está consciente dos desafios que lhe estão associados, designadamente na conceção de políticas para pessoas que menstruam, onde se incluem as pessoas t́ransgénero e não binárias, o que implica a disponibilização de infraestruturas e apoio adequados nas escolas e a utilização de linguagem neutra do ponto de vista do género para se referir aos produtos menstruais”.

O deputado do PSD Bruno Vitorino, em declarações ao Observador, isse que ficou “perplexo” com a resposta de Margarida Balseiro Lopes. O deputado — que tinha feito uma pergunta ao Ministério da Saúde sobre a campanha da DGS sobre “pessoas que menstruam” — diz que estava “mais habituado a discutir este tema com as irmãs Mortágua e não com uma ministra do meu partido”.

Deputado do PSD acusa ministra de seguir “agenda woke”. “Estava habituado a discutir com as irmãs Mortágua”