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Moscovo foi alvo de um ataque com drones ucranianos na madrugada desta terça-feira, que destruiu alguns edifícios e obrigou ao encerramento de três dos quatro aeroportos da capital russa. Segundos os números avançados pelo Kremlin, o ataque em massa, que também visou outras regiões russas, foi o maior que Kiev já lançou contra a Rússia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Tal como costuma acontecer, Kiev não confirmou oficialmente a responsabilidade pelo ataque. Porém, o Ministério da Defesa russo relatou que intercetou 144 drones ucranianos, sobre nove regiões russas. Segundo estes números, o maior ataque, com 72 drones, verificou-se em Bryansk, a 120 km da fronteira com a Ucrânia. Sobre Moscovo foram intercetados 20 drones, adianta a agência estatal russa TASS.
Na capital, os danos do ataque fizeram-se sentir no distrito de Ramenskoye, onde os drones atingiram um edifício residencial e mataram uma mulher, relatou o governador regional de Moscovo, Andrey Vorobyov, no Telegram. “As estruturas internas estão intactas. No total, 54 dos 102 apartamentos do bloco foram danificados“, escreveu sobre este ataque. Noutra zona de Ramenskoye, cinco varandas foram destruídas depois de terem pegado fogo, tendo o edifício sido evacuado, acrescentou Vorobyov. O governador esclareceu ainda que a vítima mortal se tratou de uma mulher de 46 anos — inicialmente tinha relatado que seria uma criança de nove anos, informação que teve de desmentir — e que outras três pessoas ficaram feridas. Esta é a primeira vítima mortal de uma ofensiva ucraniana em Moscovo desde o início da guerra, notam vários meios internacionais. Já morreram civis nas regiões russas junto à fronteira, mas nunca tinham sido registadas baixas na capital. O Washington Post relata ainda doze feridos, um deles em estado grave.
Ramenskoye fica cerca de 50 quilómetros a sul de Moscovo e tem mais de 250 mil habitantes. Um destes habitantes partilhou com a Reuters que viu “uma bola de fogo e a janela estilhaçou-se com o impacto”. Os relatos foram confirmados por outros moradores que viram os drones na manhã de terça-feira e fugiram para a rua. Ainda em Moscovo, a maior parte dos aeroportos da cidade — três de quatro — tiveram de ser encerrados durante mais de seis horas e quase 50 voos acabaram por ser desviados para outros destinos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, atribuiu os ataques a Kiev e condenou os alvos civis. “Não há nenhuma forma de ataques noturnos em bairros residenciais poderem ser associados a ações militares”, declarou esta terça-feira aos jornalistas. “O regime de Kiev continua a demonstrar a sua natureza. São os nossos inimigos e temos de continuar a operação militar especial [expressão utilizada por Moscovo para descrever a ofensiva na Ucrânia] para nos proteger destas ações”, acrescentou.
Além de Moscovo, não se verificaram danos materiais significativos ou vítimas nas outras regiões, incluindo em Bryansk, que foi alvo do maior número de drones. A Rússia relatou ainda ataques nas regiões de Kursk, Tula, Belgorod, Kaluga, Voronezh, Lipetsk e Orel, a maioria das quais são regiões fronteiriças com a Ucrânia.
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O maior ataque com drones levado a cabo por Kiev surge em resposta a uma série de ataques semelhantes russos ao longo deste mês. Estes ataques, que também tiveram como alvo a capital Kiev, visaram principalmente a rede elétrica ucraniana, causando apagões em pelo menos nove regiões da Ucrânia. Contudo, tanto Moscovo como Kiev continuam a negar de forma veemente ataques a alvos ou infraestruturas civis.
Notícia atualizada às 23h10 com o aumento do número de feridos